O que mais gosto do diretor e roteirista Gareth Edwards é que por ter trabalhado anos como parte de equipes de efeitos especiais, ele sabe usar a tecnologia ao seu favor, não colocando exageros técnicos apenas para parecer bonito na tela, e aqui o funcionamento dos robôs humanoides acaba sendo algo tão chamativo dentro da história que se não fosse pelas bobinas na cabeça, muitos ali nem classificaríamos eles como robôs, de tal forma que existe muito mais sentimento passado pelos personagens "menos" humanos do que pelos soldados que só querem destruir tudo, e quando é falado o motivo do início real da guerra ele consegue fazer com que torcêssemos ainda mais para o outro lado no conflito. Ou seja, o diretor conseguiu brincar bastante na tela com conceitos de moralidade, deu o tom para que os envolvimentos entre o protagonista e a garotinha fossem ficando mais intensos, e toda a estrutura gigantesca da trama acaba sendo bem precisa de técnicas e imposições, não sendo algo que acabamos forçados a gostar pelo que acontece, mas sim pela desenvoltura completa dentro de um roteiro que dava para ser ainda mais difícil, mas que preferiram deixar com uma cadência natural que todos entendessem e gostassem do que veriam na tela. Sendo assim, você acaba arrepiando fácil com alguns momentos, sente várias sensações e emoções com cada parte da trama, e ainda fica com aquela pulguinha na orelha se terá ou não uma continuação, pois o final que é mostrado deixa uma pontinha para o que queríamos ver acontecendo, veremos então se vai rolar, pois não falaram nada ainda.
Quanto das atuações, gosto muito de ver o estilo de John David Washington, pois ele entrega imponência em seus personagens sem ficar forçado na tela, sabendo bem aonde encaixar suas nuances, criar boas cenas de ação, e ainda trabalhar trejeitos com segurança para que o público crie carisma em cima de seus personagens, e aqui seu Joshua inicialmente chega a ser até um pouco desleixado, mas conforme vai se impondo na trama ganha nossos olhares e agrada demais. Agora falar de carisma é algo que ficou completamente a cargo da garotinha Madeleine Yuna Voyles em sua estreia com Alphie, a arma da IA que além de conseguir envolver de uma maneira bem gostosa com suas cenas, foi bem dinâmica, encaixando perfeitamente na parceria com o protagonista. Ken Watanabe entregou seu Harun com muita imposição, sendo quase um daqueles soldados perfeitos para o papel, criando olhares densos, mas sabendo encontrar o ponto certo para não forçar um ar mais forte, de maneira que acaba chamando atenção mesmo aparecendo pouco. Já Gemma Chan apareceu até que bastante nas cenas iniciais e depois em atos de lembrança do protagonista com sua Maya, entregando momentos de muita leveza e com intensidades mais amorosas e chamativas, porém não convence tanto quanto poderia, o que acaba sendo estranho. Ainda tivemos Allison Janney bem forte com sua Coronel Howell, cheia de personalidade e imposição, ao ponto que não chegamos a ficar totalmente com raiva dela como vilã, então acredito que dava para ter ido ainda mais além. E por fim vale ainda citar Sturgill Simpson que com poucos atos trabalhou seu Drew de uma maneira leve e descontraída, agradando com o pouco que entregou.
Visualmente o longa é incrível, cheio de cenas bem amplas mostrando as vilas da Nova Ásia aonde humanos e robôs vivem juntos, tendo robôs com rostos humanizados e os tradicionais que estamos acostumados, vemos a simplicidade de tudo num estilo mais rural com laboratórios escondidos, também tivemos cidades mais tecnológicas aonde vemos a fabricação dos corpos humanizados para os robôs, e claro a gigantesca nave NOMAD que praticamente desintegra lugares com seus misseis e scanners, só achei que faltou desenvolver mais as cenas dentro dela, pois ao final quando os protagonistas entram lá tem plantações e tudo mais, mas acabaram nem utilizando, vemos os tanques dos americanos imensos que destroem tudo o que aparece na frente, ou seja, uma trama de guerra clássica com muitas armas e desenvolturas, só que com muita tecnologia. Outro ponto bem trabalhado foi mostrar a explosão de uma usina nos EUA que deu início à guerra. Ou seja, a equipe usou muita tecnologia, e claro trabalhou com muita computação gráfica, além de ter muitos símbolos, elementos cênicos e cores espalhadas por todo o ambiente para remeter aos filmes clássicos que citei no começo do texto.
Enfim, é um tremendo filmaço, que ainda dava para melhorar mais, trabalhando talvez um pouco mais as cenas em cima da nave, que como falei mostraram bem rapidamente seu interior nas cenas finais, e talvez mostrar o que aconteceu com alguns personagens que nos conectamos tanto ao final, parecendo que quiseram deixar brecha para uma continuação, mas que não ligaria de existir, pois filme bom merece seguir. Claro que esse é daqueles filmes de ação/drama e ficção que merecem ser vistos nas maiores telas possíveis, então aproveite que os cinemas estão com promoções e confira o longa, pois acredito que em casa não vai ser a mesma sensação que a trama irá passar, e recomendo não deixar isso acontecer. E é isso meus amigos, veremos com certeza o longa aparecer em muitas premiações no começo do ano, então vamos aguardar o que vai rolar, e eu fico por aqui hoje, então abraços e até logo mais.
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