Um fato marcante é que com toda certeza o diretor e roteirista Alejandro Monteverde viu muitos filmes de ação com resgate com o Liam Neeson ou Stalone para transformar a história de Tim Ballard no que vemos na tela, pois inicialmente a trama até tem um teor de uso em cima da pedofilia e do tráfico de crianças, porém nas últimas cenas tudo já é deixado de lado e vemos um homem maluco atrás do seu objetivo, se embrenhando em lugares impossíveis e conseguindo sair ileso, ou seja, pra quem curte a ideia, o resultado acaba funcionando como uma boa ficção, mas como algo baseado em fatos reais, aí já ficou um pouco apelativo demais, de tal forma que não dá para acreditar no que vemos, e mais ainda na burrice de líderes de carteis colombianos como acabaram sendo mostrados, pois se lermos as letrinhas finais antes dos créditos, o tráfico rende muito dinheiro, e o crime nesse sentido é mais estruturado que as ficções que imaginamos e vemos na tela. Ou seja, poderia dizer que o diretor se inspirou na história de Tim, entregou alguns atos bonitinhos e emocionais com as crianças, mas se perdeu ao exagerar um pouco demais em vários momentos, e isso pesou um pouco.
Quanto das atuações, Jim Caviezel tem um estilo bem trabalhado, entregando para seu Tim uma personalidade bem marcada, imponente, e principalmente muita disposição para tudo, de tal forma que é nato sua pegada em busca do resgate, faz trejeitos fortes, mas também entrega olhares emocionais e alguns até neutros, o que funciona bem no formato completo da trama. Outro que teve bons momentos foi Bill Camp com seu Vampiro, entregando dinâmicas bem colocadas e muita imposição em seus diálogos, de tal maneira que nos convence de sua mudança, mas não diria que seu personagem saiu tanto do meio do "crime", mas o ator ao menos agradou bastante. As crianças Cristal Aparicio e Lucás Ávila fizeram olhares tristes bem encaixados com seus Rocio e Miguel, conseguindo emocionar bem e passar um ar desesperador para o público. E claro dentre os demais tenho de pontuar o estilo bem colocado do policial colombiano que Javier Godino entregou, e Yessica Borroto Perryman entregou ares bem marcantes para sua Giselle, de modo que acaba sendo até uma acusação bem densa em cima do concurso de Miss do país.
Visualmente a trama entregou locações bem trabalhadas na Colômbia, mostrando uma ilha interessante aonde armam o plano de criar um hotel para sócios do crime, vemos um pouco do transporte de humanos em navios de containers (algo que ocorre bastante realmente!), tivemos alguns atos numa delegacia meio que sem muitos detalhes, e claro toda a cena de ação na floresta fechada, sendo algo bem bacana a preparação do protagonista para virar médico, ou seja, a equipe até conseguiu passar bem a mensagem com os ambientes escolhidos, e isso mostrou um bom preparo de pesquisa, o que acabou agradando bastante de certa forma.
Enfim, se você curte filmes de resgate, aonde se vê um planejamento maluco e ações insanas, pode ir conferir tranquilamente, agora se você for ver achando que a trama vai dar nuances religiosas ou mensagens subliminares políticas, você irá se decepcionar, pois a venda disso tudo acaba sendo apenas numa mensagem no meio dos créditos feita pelo ator pedindo que você compre ingressos para outras pessoas conferirem o filme, o que acabou resultando em algumas salas vazias de pessoas com ingressos esgotados mundo afora (no Brasil não pegou tanto a ideia ainda, mas vamos ver durante a semana). Ou seja, está bem longe de ser uma bomba como poderia ter acontecido caso virasse um estilo de pregação cheia de politicagem, mas que também passa longe de ser algo perfeito para se conferir, sendo interessante ao menos pela forma que abordaram o tema, e assim sendo fica a recomendação. E é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.
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