Após agradar bastante com algumas minisséries na TV, o diretor Samuel Bodin encara aqui sua estreia em um longa metragem, e consegue desenvolver bem a trama que é levemente inspirada no conto "O Coração Delator" de Edgar Allan Poe com uma pegada bem tensa, porém ao mesmo tempo leve pelo estilo do garotinho, ou seja, é daqueles filmes que tem estilo, que causam alguns momentos de temor para que ocorra alguns sustos, mas que funciona mais como algo de mistério e monstro violento, que entrega todos os clichês clássicos de não entrar nos lugares, não abrir portas lacradas, e principalmente não seguir conselhos de estranhos, ou seja, a base de todo terror. Não diria que ele tenha cometido muitos erros, mas dava para ser menos tradicionalista e causar um pouco mais, talvez o monstro fugir para fora da casa e/ou algo mais pegado ainda sem ser forçado, que aí as cenas tensas valeriam mais a pena.
Sobre as atuações, o garotinho Woody Norman já está virando figurinha tradicional das telonas, pois deu show em "Sempre em Frente", foi bem com seu estilo curioso no "Drácula - A Última Viagem do Demeter", e agora traz um Peter bem doce de olhares, simples de facetas, mas que consegue fazer o público se conectar muito bem com tudo o que entrega, ou seja, segurou a responsabilidade cênica com uma facilidade que muitos adultos não conseguem, e já com três bons papeis (ao menos que já assisti, pois tem já muitos longas na carreira) posso apostar que irá longe se seguir esse estilo de desenvoltura. Quanto dos pais do garoto, Antony Starr e Lizzy Caplan entregam olhares e trejeitos estranhos, com ares de pessoas não muito boas desde o começo, o sonho do garoto com eles se movimentando de formas estranhas é bizarro, e claro seus atos finais foram bem trabalhados, conseguindo entregar o que precisavam para os papeis, mas sem ir muito além. Ainda tivemos alguns atos bem colocados de Cleopatra Coleman como uma professora substituta meio que enxerida demais, que quando entra para resolver acabaram finalizando o longa, ou seja, merecia ter fechado a cena ao menos para não ficar jogada apenas, mas foi expressiva ao menos. Quanto do monstro, diria que a atriz Aleksandra Dragova vem mostrando alguns contorcionismos em filmes de terror tão bem colocados, que chama a atenção, mas merecia mais cenas.
Visualmente eu vou falar um negócio para vocês meus amigos, não dá para morar numa casa e num bairro como colocado no filme, é terror só de passar perto, sabendo que ali vai dar errado, mas em um filme de terror isso é perfeito, com uma casa estranha, muitas abóboras no fundo em uma plantação meio estranha também, um porão então bizarro com correntes e tudo mais, além de cômodos amplos que chamaram bastante atenção, e claro preste atenção na cena do garotinho e seu pai matando os ratos, pois será importante depois. As cenas na escola também foram bem marcadas pelo garotinho que faz bullying com o protagonista, e depois no final ele e seus amigos chegando com algumas máscaras bem feias, que deram o tom da trama. Ou seja, Seth Rogen entrou de produtor em um filme de terror colocando suas coisas estranhas para jogo, e fazendo a equipe de arte trabalhar bastante.
Enfim, é um filme interessante de proposta que funciona de certo modo, mas que dava para causar muito mais e impressionar com pouquíssimas mudanças, que dariam um rumo muito melhor, ou então um fechamento mais decente, pois ficou parecendo que acabou o orçamento e pararam tudo, o que não foi bacana de ver, porém ainda assim indico ele para quem curte um suspense/terror sem muita explosão, então fica a dica. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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