Sei que alguns vão me crucificar, mas o diretor e roteirista irlandês John Carney trabalha quase sempre o mesmo estilo de filme, e isso não é ruim, pois já sabemos que vamos encontrar sempre uma boa trama, ótimas canções originais nas vozes dos protagonistas, e muita conexão entre os personagens, que mesmo trabalhando temas difíceis conseguem nos envolver de uma maneira tão fácil e bem colocada que você acaba pensando em diversas coisas sem precisar parar de curtir a trama. Ou seja, ainda meu filme preferido dele é "Mesmo Se Nada Der Certo", mas consigo arrumar um bom lugarzinho na minha memória para esse seu novo filme, pois ele dialoga bem os problemas de muitas mães com seus filhos adolescentes mais rebeldes, e também critica alguns pensamentos da sociedade sobre ser mãe num mundo moderno, e assim sendo acredito que muitos irão se conectar com toda a ideia e com o desenrolar da trama.
Quanto das atuações, diria que Eve Hewson foi bem direta no estilo de sua Flora, passando bem suas emoções com trejeitos bem trabalhados, não deixando dúvida dos sentimentos da personagem, e costumo dizer que isso em trama mais musicais é algo que muitas vezes soa falso de ver na tela, e aqui ela dominou com leveza, agradando bastante. E falando em agradar bastante, o jovem Orén Kinlan trabalhou seu Max de uma forma mais fechada, mas sem soar tímido, o que é até estranho de ver pela personalidade que queriam atingir, pois sonha em ser rapper, e até tem um estilão para isso, ou seja, foi meio que duplo e chamou atenção. Agora embora tenha um estilo meio galanteadora com a forma entregue, Joseph Gordon-Levitt não entregou nem metade do que sabe fazer para com seu Jeff, pois ficou seco demais em suas cenas, mas não foi algo ruim, apenas dava para ser mais emocional nos olhares, diria que talvez tenha sido o estilo escolhido por ser aulas online, mas a sacada do transporte lateral para dentro do ambiente ficou bem bacana de ver. Ainda tivemos alguns atos bem colocados de Jack Reynor como o pai do garoto, mas nada que fosse memorável.
Visualmente a trama foi bem dimensionada no apartamento bem simples e bagunçado dos protagonistas, mas que depois acaba respirando muita música com a jovem aprendendo a tocar violão e o garoto sintetizando sua música com o computador, vemos um bom transporte de ambientes do professor para junto da protagonista seja no topo do prédio ou em alguns parques, e vemos um pouco da instituição penal aonde o garoto vai, mas algo muito bonito para algo prisional, que se duvidar é melhor que muitos colégios internos por aí, então ficou um pouco estranho de ver, mas como tudo se conecta bem, e isso foi algo bem rápido, o resultado da equipe de arte funcionou ao menos para a proposta.
Como é um filme musical, é óbvio que as canções foram muito bem trabalhadas tanto por músicos profissionais quanto pelos protagonistas, e mais do que isso, a maioria tem letras bem encaixadas com os momentos da trama, o que é sempre muito gostoso de ver acontecer, e claro ouvir, então deixo aqui o link para quem quiser conferir depois.
Enfim, é um filme de certo modo bem simples, mas que é tão gostosinho de conferir, com um tema bem interessante que acaba valendo demais o tempo de tela de apenas 97 minutos. Sei que muitos não tem a plataforma (e também já fui e voltei nela umas par de vezes por demorarem meses pra ter algum filme novo), mas terão bons exemplares nos próximos meses, então vale se pensar em usar o período de teste para ver esse e muitos outros que já estão por lá. E é isso pessoal, eu fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.
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