Sabemos do nível do diretor e roteirista Martin Scorsese, mas também sabemos que ele costuma as vezes exagerar demais no que deseja mostrar, e aqui ao se basear no livro best-seller de David Grann, que também é baseado em uma história real, ele conseguiu arquitetar toda a influência do rei das colinas Osage em seu sobrinho, e não apenas nele, fazendo algo tão cheio de cartadas que realmente impressiona a personalidade que o diretor deu para William Hale, e por consequência seu grande amigo Robert De Niro, além disso, o diretor arquiteta um filme cheio de amarras, concentrando detalhes em tudo o que fosse possível e sendo marcante de estilo, não fazendo uma produção apenas como se fosse mais um filme seu, como vemos muitos diretores por aí que querem apenas números, mas sim que conseguisse entregar um teor vivo e bem colocado, aonde cada detalhe importasse. E o mais engraçado de ver é que no trailer vemos o personagem do FBI chegando para a investigação, na sinopse está lotado de palavras sobre o FBI, o livro é considerado como a grande história de criação do FBI, então fiquei pensando (nem olhei no relógio que não dá tempo para isso), se iriam aparecer apenas nos 20 minutos finais, mas como o diretor optou em ir por outro lado, ele colocou o tema no momento certo e ainda sobrou para finalizar o longa de um modo incrível e diferente de tudo, pois como é uma história real, tradicionalmente veríamos as letrinhas falando do que aconteceu com cada um depois que acaba a ficção, mas não, ele usa um dos programas de rádio mais famosos dos EUA de crimes reais, com orquestra, onomatopeias e tudo mais, inclusive com o diretor fazendo uma pontinha de ator.
Sobre as atuações vou começar falando que conseguiram dois feitos com Leonardo DiCaprio com seu Ernest Burkhart, primeiro deram um jeito dele ficar jovem e ao mesmo tempo conseguiram deixar ele feio com uns dentes estranhos e um ar caipira gigante para o papel, aonde entregou claro tudo o que sabe fazer de melhor, com muitos trejeitos, nuances, e muito mais, de tal maneira que brilha em suas cenas e consegue ser muito marcante, o que não era de se esperar menos, afinal é o protagonista. Agora o filme não era sobre William Hale, mas Robert De Niro deu um show tão grandioso com seu personagem, sendo um cara tão ruim, mas tão cheio de artimanhas que não conseguimos tirar o olho dele, sendo perfeito no que faz em cada momento, incomodando com sacadas e jogadas, e principalmente deixando o espaço aberto para que todos ao seu redor brilhassem junto com seu brilho, o que é um luxo, ou seja, não apostaria todas as fichas ainda, pois temos ainda outros filmes concorrentes para surgir, mas o cheiro de seu terceiro Oscar já começa a ser sentido. Outra que pode arrebatar boas premiações na temporada é Lily Gladstone com sua Mollie Burkhart, pois tendo ancestralidade indígena, a jovem conseguiu fazer com que sua personagem tivesse um ar marcante, passasse uma tonelada de sentimentos (afinal ela perde praticamente a família inteira no filme), e com uma leveza tão cheia de nuances fez tudo e mais um pouco com sua personagem, agradando demais em cena. Dentre os demais, tivemos muitas participações e personagens secundários importantes que daria para ficar falando por horas de cada um, muitos atores indígenas bem colocados nos atos principais (falando em seu idioma, mas não sendo legendado, o que é uma pena), mas vale claro o destaque rápido para Jesse Plemons com seu Tom White cheio de estilo, mostrando que o começo do FBI eram quase cowboys que investigavam crimes tendo infiltrados de todos os estilos e conexões.
Visualmente a produção é tão gigantesca quanto a duração, com uma cidade inteira construída cheia de detalhes, vários atos em casas tanto isoladas quanto dentro de um centro, tendo o começo da aparição das iluminações nas ruas, vemos claro todo o petróleo jorrando nas terras indígenas, e claro o luxo que alguns viviam e aproveitavam, a chegada dos brancos para dominar a área e claro brigar com tudo pelo óleo negro, uma explosão monstruosa que impacta demais, muitas mortes à queima roupa bem fortes, e claro todo o figurino misturando ares indígenas mais ricos de detalhes com o ar country também imponente, afinal estão numa das regiões mais ricas da época, e tudo é bem detalhado, ainda tivemos cenas em tribunal, na cadeia, além de muitos velórios, ou seja, a equipe trabalhou bastante.
Enfim, fui conferir com a expectativa alta de um longa que possivelmente vai arrebatar muitos prêmios, morrendo de medo de ficar com sono com a duração e o estilo mais dialogado, mas fui surpreendido com tanta história boa e bem desenvolvida na tela, que não pisquei um momento da trama, passando todo o tempo que você até chega a sentir ele, mas que não incomoda em nada e que faz valer uma recomendação de trama perfeita em todos os sentidos, e assim sendo é claro que entra na lista dos melhores do ano com nota máxima. E é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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