Diria que o diretor e roteirista Bobby Moresco foi muito contido na entrega de seu filme, pois diria que faltou um pouco mais da vida explosiva do personagem que fica claro existir, mas que usando o vértice de talvez um olhar do filho de como foi interessante em mostrar as astúcias que teve, a criatividade em querer sempre mais, além de ser reconhecido pela excelência, e claro os presentes que dava para seu filho sem motivos maiores, meio como uma compensação pela sua ausência, e o estilo de condução até é bem dinâmico e colocado como algo interessante de se ver, pois o filme tem apenas 97 minutos, mas conta muito, só diria que talvez não particionaria ele em capítulos, pois acabou tendo um começo grande demais, um miolo de tamanho satisfatório e um final rápido demais, que não abrangeu tudo o que foi o estouro realmente do empresário. Ou seja, é uma boa direção, mas talvez nas mãos de um diretor mais explosivo, o mesmo roteiro ficaria incrível, pois poderia não deixar o personagem tão vazio, e talvez veríamos mais atos polêmicos e intensos da vida do personagem.
Quanto das atuações, o pôster destaca Frank Grillo como Ferrucio Lamborghini, e o ator não desaponta em seus momentos, sendo bem direto com seu estilão despojado, mas irreverente, cheio de uma marra, mas podendo fazer a banca, e isso dá um vértice bem colocado que acaba sendo chamativo e interessante de ver. Mas sem dúvida boa parte da trama recai sobre Romano Reggiani como o jovem Ferrucio logo após voltar da Guerra, cheio de ideias, se casando com a mulher que amava, e iniciando sua jornada de empreendimentos com o que aprendeu sobre motores e carros na Guerra, e o ator trabalhou bem seu envolvimento foi dinâmico e criou atos interessantes de ver na tela, com trejeitos intensos bem marcantes. No primeiro ato dos jovens ainda tivemos bons momentos com Hanna van der Westhuysen como Clelia, a jovem esposa do protagonista, e Matteo Leoni como Matteo, seu amigo e sócio nas primeiras empreitadas, ambos mostrando uma amizade e um grande envolvimento com o protagonista, sendo um trio bem marcante. Já nos atos mais velhos tivemos Mira Sorvino como Anitta, a esposa dele bem imponente e cheia de trejeitos explosivos bem colocados, sempre sofrendo com as diversas traições do marido; Patrick Brennan bem colocado como Bob Wallace que deu o apoio aos primeiros carros testando e desenvolvendo junto de Ferrucio, com o ator cheio de marra e bem desenvolvido; Andrea Bruschi como Franco Scaglione que foi designer da Alfa Romeo e depois materializou as ideias malucas de Ferrucio para que o GTV 350 fosse marcante; mas sem dúvida vale o destaque para Gabriel Byrne pelo imponente Enzo Ferrari com olhares secos e bem diretos para que a rivalidade fosse bem trabalhada (ainda veremos no começo do ano que vem outra versão do personagem, mas bem mais jovem).
Visualmente a trama tem uma boa entrega, mostra um pouco da Itália dos anos 50-90, mostra algumas festas, mostra o Salão do Automóvel de Genebra aonde o protagonista lança seu primeiro carro, mostra uma corrida entre os dois rivais, mas principalmente mostra todas as ideias do jovem, fazendo inicialmente tratores em uma pequena garagem, depois ampliando para uma grandiosa fábrica até ter depois um império imenso, tudo com um trabalho cênico de época bem marcante e grandioso, claro que contando com dois dos maiores carros da companhia: o GTV 350 e o Miura, além de outros carrões da Ferrari aparecendo na briga, ou seja, a equipe de arte teve um grande trabalho para que tudo fosse bem representativo na tela.
Enfim, é um filme interessante, que não foi patrocinado por nenhuma das duas marcas, sendo algo feito a parte de tudo, mas que acabou sendo bem representativo, e que chama a atenção para que nem sempre ter muito dinheiro vai trazer muita felicidade, mas que ajuda a ter uma boa vida, ajuda! E é isso pessoal, fica a recomendação para quem quiser conferir no streaming a partir de segunda, e eu volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.
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