domingo, 22 de outubro de 2023

Netflix - Crypto Boy

Diria que a sacada do filme dos Países Baixos que estreou na Netflix, "Crypto Boy", é algo que reflete bem o mundo da economia em diversos países, aonde vemos vários charlatões de criptomoedas que prometem ganhos monstruosos, aonde alguns entram e acabam perdendo tudo, e a síntese também de muitos jovens que não levam o sustento da família para rumos maiores devido os pais não acreditarem em suas ideias. Ou seja, é um filme que tem dois motes interessantes que davam para trabalhar conceitos melhores, mas que da forma entregue até acaba sendo leve e interessante como um passatempo bem colocado na tela, não sendo nada que vamos lembrar daqui algum tempo, mas que funciona ao menos no que propõe entregar.

A sinopse também é bem simples e nos conta que depois de uma discussão com o pai, um jovem cai na tentação da criptomoeda e da liberdade financeira, mas as promessas parecem boas demais para ser verdade.

O diretor e roteirista Shady El-Hamus até pesquisou bastante sobre as bolhas econômicas, muitas vezes até chamadas de pirâmides, e desenvolveu sua trama de uma maneira bem tradicional e comum que vemos acontecer com muitos jovens que buscam ganho de dinheiro rápido e acabam caindo em golpes mundo afora, mas longe de ficar preso apenas nessa ideologia, o diretor soube trabalhar também o elo familiar, o elo da compra e venda de bairros quase que inteiros para uma segregação residencial e muito mais, de forma que seu filme acaba servindo para várias discussões em uma única trama, e o resultado embora não seja algo muito surpreendente, acaba sendo bem trabalhado.

Quanto das atuações, diria que o jovem irmão do diretor, Shahine El-Hamus entregou bem o protagonista Amir, fez bons trejeitos e desenvolveu seu personagem com um carisma meio que estranho, pois suas dinâmicas por vezes pareciam tristes mesmo nos atos mais animados, e assim ficou faltando se impor um pouco mais para chamar mais atenção. Minne Koole trabalhou seu Roy com boa imposição, fazendo bem o estilão desses gurus financeiros que vemos no Youtube, de maneira que consegue convencer em estilo e claro fazendo bem o estilo playboy que a maioria entrega. E claro o pai verdadeiro do diretor e também do protagonista, sendo completamente um filme familiar, Sabri Saad El-Hamus trabalhou seu Omar com bons trejeitos e desenvolturas, mas se segurando um pouco demais, o que acabou criando um vínculo que talvez pudesse ser mais emotivo. Ainda tivemos alguns bons momentos de Tobias Kersloot com seu Gianni, mas valendo destacar mesmo dentre os secundários Isabelle Kafando com sua Ima entregando os olhares de julgamento bem colocados para com seu amigo.

Visualmente a trama mostrou basicamente o restaurante dos protagonistas, a gentrificação rolando ao redor pela imobiliária comprando tudo por ali, a família de amigos das empresas comendo no local, e claro as palestras-shows do pessoal de criptomoeda, os jantares em restaurantes caros e claro as festanças regadas a champanhe, tendo ainda a comparação com a casa simples do protagonista em cima do restaurante e a mansão do coach, ou seja, algo cheio de nuances, que a equipe foi simples porém efetiva no que desejava mostrar.

Enfim, é um filme bem simples, com uma proposta que já vimos em outros filmes, mas que surfa bem na moda de jovens que andam caindo em golpes de criptomoedas misturadas com pirâmides mundo afora, então fica a dica de filme, e também de aplicações seguras para não cair em algo que prometa levar você a virar um ricaço do nada. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...