Diria que vi poucos longas tailandeses, mas a maioria trabalha uma pegada bem forte em cima de seus protagonistas, deixando que o emocional ou a explosão fique bem marcante nos devidos atos, e aqui o diretor Nonzee Nimibutr conseguiu criar cadências bem interessantes, em quase um road-movie, afinal vemos os protagonistas cruzando as montanhas e os terrenos mais difíceis com sua caminhonete para exibir filmes em pequenas vilas e festividades do país, e a grande sacada foi homenagear bem esse estilo de cinema que hoje até temos alguns exemplares de grupos que levam filmes para lugares aonde não existem cinemas, mas claro que com outro tipo de tecnologia, e claro já com o próprio áudio seja original ou dublado por dubladores em estúdios, mas sem dúvida devia ser um charme a mais conseguir tirar a risada ou a emoção do público vendo isso acontecer, quase como uma grande peça aonde a voz e o personagem são diferentes. Ou seja, ele foi bem sagaz na estrutura e conseguiu além de emocionar envolver bem com toda a dinâmica da história, sendo algo tão interessante que conseguimos viajar junto com os personagens.
Quanto das atuações, diria que o quarteto consegue desenvolver tão bem seus papeis, e com uma química tão bem trabalhada que praticamente vemos eles como uma família de amigos, e mesmo nos atos mais travados, afinal a moça é bonita e dois caras solteiros viajando junto é claro que rolaria um ciúmes, acabaram agradando também com bons trejeitos, sendo assim posso falar que Sukollawat Kanarot deu muitos tons para que seu Manit fosse chamativo, conseguisse trabalhar trejeitos para dublar várias vozes em alguns atos, e fez bem a liderança do grupo; Nuengthida Sophon trabalhou sua Kae com sensualidade e disposição para dar vozes às várias mulheres dos filmes, se entregando na emoção e claro em seu sonho de ser secretária; Jirayu La-ongmanee fez seu Kao com empolgação, sendo o mais jovem da trupe, mas cheio de imponência em seus atos, divertindo bem e encaixando bem as cenas que precisava fazer; e claro Samart Payukaroon fez o elo da idade com seu Tio Man, sabendo usar da experiência para manter o grupo, desenvolvendo emoções simples, mas bem conectadas, o que acaba sendo um ponto marcante no filme. Ainda tivemos alguns atos rápidos de Sonny Chatwiriyachai como o inspetor do programa Wichian e Nat Sakdatorn como um dos principais concorrentes da trupe com seu cinema mais elaborado, e claro tendo a conexão com a garota também, mas ambos foram pouco usados, então nem fizeram muito na tela.
Visualmente a trama é cheia de detalhes, mostrando alguns modelos de projetores, mostrando os carros da época e claro os produtos farmacêuticos que os personagens vendem nos "intervalos" dos filmes, sendo algo bem trabalhado e simbólico para dar toda a referência das chegadas nas vilas, as paradas para comida e diversão em alguns bares e boates, e também a comparação com o carro mais chique da outra companhia, isso também mostrando vários filmes tailandeses, e até a forma que foi a morte de Mitr Chaibancha com sua cena de ação em um helicóptero, ou seja, a equipe de arte foi bem detalhista e conseguiu agradar bastante.
Enfim, é um filme de certo modo bem simples, mas também cheio de detalhes e emoções, que funciona bastante mostrando esse mundo da dublagem, inclusive mostrando os roteiros aonde os personagens seguem com as falas e entonações dos filmes, além de mostrar o sonhado mundo das secretárias na época que eram as datilógrafas e suas máquinas profissionais, que entram com um bom chamariz na trama. E é isso pessoal, recomendo ele de uma forma bem emocional sobre o cinema em si, que talvez não emocione tanto alguns que não são desse meio, mas o resultado funciona bastante. Eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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