O diretor David Yates andava tão conectado com seus quatro "Harry Potter" e seus três "Animais Fantásticos", que nem lembrava que ele já tinha dirigido outros filmes, mas diria que o estilo que ele entregou aqui não tinha visto ainda ele apresentar, pois ele conseguiu dar uma dinâmica tão rápida e cheia de elementos para a trama que Wells Tower fez em cima do livro de Evan Hughes que mesmo o filme tendo um pouco mais de duas horas, tudo voa na tela, sendo algo rápido, centrado e completamente maluco, pois vamos vendo como a jovem é boa com vendas, e mais do que isso, a equipe montada cheia de mulheres de diferentes estilos, encaixando exatamente o jeito que os médicos queriam ver lhe oferecendo produtos e festas, de tal forma que flui bem demais, e claro, nos indigna demais também. Ou seja, vemos uma pegada cômica em cima de algo tão sério, que os atos meio que documentais em preto e branco acabam sendo até quase que ignorados, mas funcionam dentro da pegada, e assim o filme acaba amplo e bem interessante de ver, mostrando um estilo do diretor que não conhecíamos tanto e que chama muita atenção.
Quanto das atuações, diria que Emily Blunt entregou dinâmicas bem encaixadas para sua Liza, foi envolvente e com trejeitos marcados para conquistar os médicos e todos ao seu redor, criando desenvolturas bem trabalhadas que funcionam de uma maneira bem fácil que agrada bastante do começo ao fim, não sendo perfeita, mas chamando muito da responsabilidade da trama para si. Chris Evans está com um visual tão diferente na trama para que seu Pete não lembrasse em nada seus papeis anteriores, que por alguns momentos até fiquei tentando lembrar dele em outros filmes, e ele se joga bem no papel, faz de tudo um pouco e envolve com muita precisão cênica, algo que ele sabe fazer muito bem, ou seja, dá show nos seus atos. Ainda tivemos atos bem malucos de Andy Garcia como Dr. Neel, o dono da farmacêutica, que inicialmente até tinha um senso mais preciso, mas nos atos finais descamba para algo que não tem como acreditar no que faz, e depois vendo o personagem real vemos que foram bem generosos com o cara, pois era um ser bem maluco e estranho, e o ator ao menos deu um certo carisma para ele. Ainda tivemos bons atos de Catherine O'Hara como a mãe da protagonista que acaba indo trabalhar também na empresa e Brian d'Arcy James que fez um dos principais médicos da trama Dr. Lydell bem cheio de nuances para destacar, mas praticamente todos deram bons momentos para que o filme tivesse conexões bem encaixadas para os protagonistas se destacarem mais.
Visualmente o longa passa por muitas clínicas médicas e suas recepções muitas vezes não tão alegres com algumas secretárias mais dispostas a ajudar as consultoras farmacêuticas, vemos a empresa minúscula decadente com um gerente de marketing bem ruim, vemos os primeiros congressos bem simples e depois do estouro vemos festas gigantescas, a entrada para a bolsa, a mudança do escritório para algo gigantesco, e também a jovem que vivia na garagem da irmã, indo para um condominio de quartos simples e depois para uma mansão imensa, vemos algumas contraindicações dos remédios ocorrendo e claro também todo o vício com pessoas quase zumbis atrás da droga, ou seja, a equipe pesquisou bastante e conseguiu mostrar muito na tela.
Enfim, é um filme que tem estilo, que tem história e que ainda entretém bastante, sendo cheio de boas sacadas e desenvolturas, aonde conseguimos entrar bastante no clima da história real, e sem precisar forçar tanto a barra, o resultado acabou mostrando como foi que uma empresa que não vendia nenhum remédio explodiu até entrar na bolsa de valores dominando quase que na totalidade a venda de remédios nos EUA, e claro sua derrocada quando explicitado os trambiques por trás de tudo, além da venda fora do que era legalizado, então fica a dica para todos que gostem de um bom filme do estilo, que até poderia ter ido mais além com parte da investigação policial, mas que agrada bastante da forma que foi entregue. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.
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