Agora aquele momento que estou rindo aos montes, pois o diretor Sujoy Ghosh foi diretor de outro longa indiano dos poucos que conferi, no caso "Badla", que quem não conferiu vá fazer isso agora, pois é um tremendo filmaço, e aqui ele volta com essa pegada investigativa cheia de possíveis reviravoltas, com uma dinâmica mais fechada, usando poucos personagens, e principalmente brincando com o público e com o investigador junto, afinal usando da lógica matemática de uma forma bem trabalhada consegue ir criando seus atos e iludindo com tudo, e para ficar ainda melhor, no final você fica se perguntando como o protagonista conseguiu ser tão realista com as provas do crime, e vem a explicação de uma maneira tão impactante que merece ser vista até mais de uma vez para ver que não tem falhas. Ou seja, o resultado brincou com tantas facetas bem elaboradas, que o resultado do longa que é baseado no livro "A Devoção do Suspeito X" do escritor japonês Keigo Higashi, acabou sendo daqueles que vamos lembrar bastante, e que talvez em outras mãos chame ainda mais atenção com dinâmicas mais rápidas, pois o estilo de Sujoy é mais lento, porém funcional também.
O ator Jaideep Ahlawat é famoso pelas desenvolturas que entrega em seus longas, mas aqui confesso que talvez um ator mais amplo fizesse com ares menos introspectivos talvez chamasse mais atenção, embora a ideia da trama seja que ele ficasse feio, estranho e menos chamativo, mas dava para não deixar tão reflexivo seu Naren. Já Vijay Varma caiu como uma luva na personalidade de Karan, sendo daqueles investigadores bem colocados, com um certo charme e desenvoltura, até sendo meio imponente demais, mas que usando de boas sacadas e indagações conseguiu trabalhar bem toda a dinâmica que o papel precisava. Kareena Kapoor também trabalhou bem sua Maya, sendo uma mãe bem desesperada pela filha, trabalhando olhares tensos bem colocados, e claro sabendo mentir bem nos depoimentos usando bem o trunfo do xadrez de uma jogada após a outra, que acaba funcionando bastante. Ainda tivemos alguns bons momentos da garotinha vivida por Naisha Khanna com trejeitos bem sutis para sua Tara, o parceiro de investigação vivido por Karma Takapa também se desenvolveu bastante nos atos mais precisos, e claro Saurabh Sachdeva foi marcante nos poucos atos de seu Ajit, entregando o famoso cafajeste que merecia ser morto.
Visualmente a trama usou bem o estilo mais denso de investigações, tendo uma Kalimpong quase que londrina de tanta névoa, usando bem os elementos cênicos para servirem tanto como pistas como desvios da investigação pelo professor e a mulher, trabalhou bem as dinâmicas de luta, os apartamentos das pessoas, além de ter boas sacadas com comidas e locações diferenciadas que acabaram dando as dinâmicas de enganação, o que mostrou um bom trabalho tanto cênico quanto de captura das ideias do livro, o que acaba agradando bastante.
Enfim, é um filme que pensei duas vezes antes de dar o play, primeiro por ser indiano que já argumentei no começo o que me afasta dos longas do país, e depois pela duração de 139 minutos, pois mesmo sendo um tempo razoável para um suspense policial, tinha cara de que arrastaria um pouco, mas que no final das contas acabou sendo uma coincidência enorme de ser do mesmo diretor que já gostava antes, e agora irei olhar sempre seus filmes quando sair, e ainda ficou muito bem trabalhado, então valendo a recomendação para todos. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...