Ruim Pra Cachorro (Strays)

Dica rápida antes de mais nada, assim como aconteceu com os longas "Ted", "A Festa da Salsicha" e vários outros que aparentam ser bonitinhos pelo pôster, o filme "Ruim Pra Cachorro" não é para crianças! Fique bem ciente disso, pois muitos pais tapados estão queimando o filme falando que é abarrotado de palavrões e coisas feias, mas simplesmente não leram que a censura é 16 anos, ou seja, é filme para adolescente quase adulto, e adultos que gostam de filmes besteirentos! Então se você levou seu lindo filhinho para ver achando que seria apenas cachorrinhos em uma viagem alegre, o filme que você queria ver é bem outro e se chama "A Caminho de Casa", e não esse que está nos cinemas! Dito isso, quem for preparado para um show de palavrões (sendo alguns bem pesados) vai se divertir bastante com todas as sacadas do filme, sendo daqueles que o carisma se desenvolve bem fácil, e toda a ideia é merecedora dos palavrões, afinal quem abandona cachorros merece tudo o que eles falam e muito mais. Ou seja, é um filme que tem seu nicho, mas que infelizmente (ou propositalmente) está levando muitos pais a errarem a sala achando que vão ver outra coisa com seus filhos, e assim as notas estão lá embaixo, mas tirando esse detalhe, é algo que funciona mesmo com muitas falhas técnicas comuns em filmes que misturam animais em cena.

Dizem que o cachorro é o melhor amigo do homem, mas e se o homem for um vacilão? Nesse caso, pode ser hora de uma doce vingança, no estilo cachorrinho. A sinopse nos conta que quando Reggie, um Border Terrier ingênuo e implacavelmente otimista, é abandonado nas ruas da cidade por seu dono, Doug, tem certeza de que seu amado dono nunca o deixaria de propósito. Mas quando Reggie se envolve com um Boston Terrier falador e desbocado chamado Bug, um vira-lata que ama sua liberdade e acredita que os donos são otários, Reggie finalmente percebe que estava em um relacionamento tóxico e começa a ver Doug como o desprezível sem coração que ele é. Determinados a buscar vingança, Reggie, Bug e os amigos de Bug - Maggie, uma inteligente pastora australiana que foi deixada de lado pelo novo cachorrinho de seu dono, e Hunte, um Dogue Alemão ansioso que está estressado por seu trabalho como um animal de apoio emocional - juntos traçam um plano e embarcam em uma aventura épica para ajudar Reggie a encontrar o caminho de casa... e fazer Doug pagar mordendo o que ele mais ama. (Dica: não é o pé dele).

Diria que o diretor Josh Greenbaum ligou o fod**** e fez um filme que poucos diretores arriscariam entregar nas telonas, pois entregar uma ou outra dinâmica mais cheia de sacanagem é algo até que muitos aceitam ver numa trama, mas seu filme é recheado de cenas de duplo sentido, daquelas que quem não estiver preparado para isso irá se chocar com tudo, mas nem por isso seu longa ficou ruim, pois as ideias funcionaram bem como uma vingança tradicional só que com cachorros, e ele soube usar todos os artifícios que muitos roteiros praticamente amenizaram com os pensamentos de muitos animais, ou seja, não tem como sabermos realmente o que os cães pensam, então qual o motivo de se chocar se eles só pensam da forma que foi colocado? Claro que a trama foi vendida um pouco erroneamente, afinal o trailer dublado entregou algo mais leve digamos, enquanto no original que coloquei abaixo já dá para sentir o teor real da trama, então dá para dizer que quiseram causar um pouco, e o resultado está sendo um show de reclamações online, mas digo que o resultado da direção ao menos foi bem trabalhada, e que o roteiro ficou interessante ao menos.

Como é um filme aonde não dá para analisar muito as interpretações dos cãozinhos, afinal toda a parte expressiva recai com computação ou as famosas técnicas de mover com água, diria que o grupo de cachorros é muito bem sacada, sobrando espaço até para cantadas e desenvolturas entre os dois maiores, mas vale ver a forma de amizade, o desenvolvimento de parceria em busca de uma meta maluca, as sacadas na forma de descrever o caminho por onde passou, e algumas loucuras também como na ideia de que o cocô é sagrado para os humanos e a maluquice que isso gera na prisão animal. Ou seja, vale ver a personalidade doida de cada um e se divertir com todas as possibilidades que pensaram para que cada um fosse bem diferente do outro.

Visualmente a trama é bem bacana por mostrar praticamente uma viagem entre cidades, mostrando ambientes de vários estilos desde um beco meio que usado por drogados cheios de seringas como o cachorro vai falando, um parque de diversões aonde os fogos viram quase uma guerra para os cãozinhos, um canil lotado de cachorros abandonados, vemos na sua casa também vários itens meio que bagunçados pelo humano drogado e rebelde, e claro muitos personagens no caminho desde uma maluquice com cogumelos que resulta em um desastre muito bem sacado até uma busca por uma escoteira com os cães policiais. Ou seja, a equipe de arte trabalhou bastante, não sei até aonde usaram a computação nos cachorros, se foram usados mesmo reais com apenas as expressões mexendo no computador ou tudo desenhado na totalidade, mas ficou faltando um pouco de sombras, então isso é fato que muitas cenas não foram usados os cães ali, então dava para trabalhar um pouco mais.

Enfim, é um filme bizarro pela ideia completa, mas bem divertido de ver, que volto a frisar não ser nenhum pouco infantil, então vá ver, mas nem pense em levar seus filhos, pois terá muitas perguntas para responder depois. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.