Diria que o diretor e roteirista Jean-Marie Benjamin demonstrou um bom conhecimento da vida do Padre Pio para trabalhar seu roteiro e dar as devidas nuances que os garotos usariam em seus diálogos, de tal forma que ele consegue dar cadência e envolvimento no estilo deles trabalharem seus olhares e envolvimentos com o tema, ou seja, é notável que muita coisa vem proveniente do roteiro e não da curiosidade dos garotos, pois sempre com trejeitos sérios e fechados demais, não demonstraram tanta vontade de desenvolver a história como algo real acontecendo, mas sim meio que robóticos demais na estrutura que peca um pouco como cinema realmente, mas como a história é boa e passa bem a mensagem do aprendizado, isso daria para ficar em segundo plano, bastava o diretor avançar um pouco mais e criar mais alguns atos antes do final, que aí sim tudo seria comovente e envolvente independente dos atores, mas como acontecia muito antigamente, ficou parecendo que acabou o rolo de filme e precisou parar com as filmagens, lançando o que tinha conseguido filmar até aquele momento, e isso pesou ainda mais sobre o longa, parecendo um pouco falso demais todo o ar comovente do fechamento. Ou seja, não é um filme ruim, muito pelo contrário, tendo boas conexões com o público-alvo que são pais e crianças religiosas, mas dava para ter desenvolvido melhor o terceiro ato para pegar também pessoas comuns que vinham se conectando com a ideia completa da trama.
Quanto das atuações já disse que os jovens não pareceram realmente empolgados com tudo o que estavam fazendo na tela, e isso pode até ser um pouco o peso da dublagem, que deu vozes bem mais empolgadas do que os trejeitos dos protagonistas, porém diria que a conexão de amizade entre Andrea Solombrino com seu Luca e Mariano Barnabà com seu Sebastiano foi bem trabalhada, sendo interessante de ver o envolvimento entre eles, e claro seus devidos interesses nas cenas mais trabalhadas, além claro de bons atos familiares que encaixaram bem dentro da proposta da trama. Quanto aos demais, vemos algumas boas entrevistas com padres e pessoas comuns da cidade, vemos os personagens que fazem pais dos protagonistas com ares até bem entusiasmados, mas sem dúvida vale o destaque para Karol Mazzei como a irmã de Luca, que teve boa desenvoltura em seus atos e acabou agradando com o que fez nas suas cenas.
No contexto visual a trama visita algumas igrejas, alguns museus e também casas de algumas pessoas, em ambientes simples, mas bem colocados dentro da proposta da trama, mostrando sempre os protagonistas pedalando suas bicicletas entre as cidades, indo de encontro com seus entrevistados, também aparecendo em programas televisivos, bem como mostrando as casas deles com a família de Luca mais bem sucedida com o pai médico pesquisador, e a de Sebastiano mais pobre, mas também não sendo algo tão impositivo na trama, de modo que o resultado até poderia ter ido mais além mostrando um pouco mais da bela região aonde eles vivem, mostrar algo mais da gruta do Padre Pio e até um envolvimento maior nas igrejas tradicionais da região, mas não era o que se propunha, então foram mais singelos.
Enfim, é um filme até que interessante dentro da proposta, que alguns vão gostar bem mais que outros, que claro é voltado mais para as crianças e pais religiosos, que até dava para ter ido bem mais além, mas que funciona para o público-alvo, então se você se enquadra nesse grupo fica a dica para a conferida a partir do dia 23/11 nos cinemas. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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