Sem dúvida a melhor escolha que poderiam ter feito foi a de dar o longa para o diretor Francis Lawrence trabalhar, pois ele fez os últimos três filmes da saga com muita vontade e entrega, e conhecendo bem o universo da trama não tinha como errar, ou seja, ele pegou uma nova história e a levou para o mesmo patamar dos demais, criando todos os sentidos que os fãs já conhecem agora para algo anterior aos filmes que já vimos, conhecendo mais de como Snow virou o que conhecemos, e o mais bacana de tudo é que ele soube escolher ângulos, ambientes e sínteses que fizessem que o personagem que conhecemos como alguém bem malvado tivesse um ar meio angelical e heroico, não pesando a mão para tudo, claro que vemos também as ambientações de como ele não é uma pessoa confiável e suas artimanhas, mas tudo com uma abertura própria que faz com que o livro de Suzanne Collins que tem mais de 500 páginas ficasse como algo interessante e gostoso de ver mesmo com quase 3 horas de duração, e o melhor, sem parecer arrastado ou com tantas coisas eliminadas, parecendo realmente um folhear de livro bem representado na tela.
Quanto das atuações, não conhecia o trabalho de Tom Blyth, e posso dizer sem dúvida alguma que devemos acompanhar bem seu caminho, pois o ator tem um estilo bem pautado, soube segurar a responsabilidade como protagonista, fez trejeitos e intenções bem colocadas em cada momento, de tal forma que seu Coriolanus Snow passou como um garoto bom vários momentos, sem que puxasse para um lado que gerasse qualquer desconfiança, mas se mostrou ambicioso por poder e bem disposto a tudo para conseguir o que queria, agradando bastante na tela. Rachel Zegler se mostrou tão imponente atuando quanto cantando com sua Lucy Gray Bard, de tal maneira que rouba a cena em diversos momentos, tem estilo e suas dinâmicas não nos cansam na tela, tendo uma presença muito bem colocada, trabalhando os trejeitos quase que sempre com muita disposição, ou seja, chamou muita atenção, de forma que diria que foi até seu melhor personagem até hoje, e olha que já foi indicada aos montes em sua estreia em "Amor, Sublime Amor". Ainda tivemos Viola Davis perfeita com sua Dra. Volumnia Gaul completamente insana e cheia de imposições bem trabalhadas que só a atriz sabe fazer, tivemos Peter Dinklage como Dean Casca Highbottom bem intenso e marcante, outro que se saiu bem em cena foi Jason Schwartzman como o apresentador Lucky Flickerman bem disposto na entrega do "show", entre muitos outros secundários que tiveram vez para aparecer na tela, mas claro que vale o destaque para Josh Andrés Rivera com seu Sejanus Plinth bem colocado em cena, e a amizade dele com o protagonista.
Visualmente a trama é muito bem criada, mostrando uma Capital ainda sem toda a tecnologia que vimos nos longas anteriores, mas com uma riqueza ainda bem colocada, com roupas melhores entre os personagens, vemos o laboratório de Gaul com seus experimentos em animais desde cobras coloridas até pássaros repetidores de vozes, vemos a aula de Highbottom bem montada num ambiente simples, porém interessante, e claro a arena dos jogos bem simples como quase um ginásio gigante, mas que explodido por rebeldes antes dos jogos daquele ano ganhou um formato mais rústico e bem interessante em meio aos escombros, tendo câmeras nos túneis e drones meio que malucos sem tanto controle para levar água e alimento para os tributos, e falando neles chegando em trens feios e sujos, tratados realmente como animais até sendo jogados numa espécie de zoológico, depois vemos ainda o Distrito 12 rico em mineração, mostrando os pacificadores agindo contra os rebeldes dali, vemos algumas festas regadas às canções da protagonista, e uma bela paisagem numa floresta, ou seja, tudo muito rico de detalhes, mostrando que quem leu o livro poderá ficar bem feliz com tudo o que aparecerá na tela.
Enfim, é um filme muito bacana, cheio de nuances e até com personagens demais, esse é o meu único adendo, de tal forma que não sobra espaço para desenvolver alguns personagens que certamente têm grande importância no livro, mas se fosse desenvolver tudo viraria uma série, afinal o livro tem 517 páginas, e não era essa a intenção aqui, então recomendo bastante a conferida (mesmo com as salas abarrotadas não temos as torcidas igual nos filmes de heróis, felizmente!) e irei torcer para que a escritora acabe logo com mais algum livro para sabermos o que aconteceu no meio desse filme e do primeiro que vimos anos atrás. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.
PS: A nota não foi maior por eu desejar ver mais sobre os personagens, e ter de esperar alguém escrever vai demorar demais, então que os roteiristas criem algo e soltem logo!
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...