Diria que o diretor e roteirista Bruno Chiche soube brincar com os devidos elementos da trama para que seu filme não ficasse pesado como o tema em si pedia, mas sim entregando as devidas nuances no seu tempo e cadência como uma boa orquestra deve ser regida, passando sentimentos e tudo mais para que a trama ficasse bem interessante, mesmo tendo alguns atos bem desnecessários que foram colocados como enfeites cênicos, o que não atrapalhou e nem ajudou, porém o resultado em geral funciona muito bem, e isso é o que importa no final.
Quanto das atuações, o que mais achei interessante foi ver a postura de Yvan Attal com seu Denis Dumar, pois embora seu personagem seja meio frouxo de não enfrentar o pai quando precisou, ele ousou e trabalhou trejeitos fortes e dinâmicas bem encaixadas de olhares e imposições como um grande maestro faria realmente, e assim sendo agradou bem dentro do contexto completo. Da mesma forma Pierre Arditi segurou bem o estilão direto de seu François Dumar, ao ponto que ele cria as dinâmicas mais fortes e passa bem a síntese que o papel pedia, sendo intenso e cheio de trejeitos, que a idade mandava também. E embora os demais personagens sejam apenas encaixes na trama, já que o conflito e a imposição seja algo apenas para os protagonistas se destacarem, vemos Miou-miou com sua Hélène bem elegante, e claro direta com o marido para que não fosse infantil, tivemos Caroline Anglade meio como um enfeite com sua Virginie, usando um pouco de uma violinista surda para dar um algo a mais para o longa, e até mesmo Pascale Arbillot com sua Jeane soube segurar a onda como ex-mulher e empresaria do protagonista fazendo bons estilos e conselhos, mas nada que chamasse muita atenção.
Visualmente a trama tem uma boa pegada, mostrando um pouco da música clássica com ensaios mostrando as intenções dos maestros para com seus músicos, mostrando um pouco de premiações, e claro os apartamentos bem chiques dos protagonistas com seus prêmios pendurados nas paredes, pianos, e tudo mais que a classe artística exige, mostrando que a equipe de arte se preocupou em mostrar detalhes para contextualizar tudo, e claro finalizando com uma regência no maior teatro italiano de música clássica, o La Scala.
Enfim, acredito que o longa poderia ser muito mais intenso e imponente, de forma que o diretor optou por quase transformar seu filme em uma comédia dramática, mas que até funciona bem dentro da proposta completa, e assim sendo vale a conferida pelas boas atuações dos protagonistas. E é isso pessoal, vamos agora para a última sessão de hoje do Festival Varilux, e volto mais tarde com o texto dela, então abraços e até logo mais.
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...