quinta-feira, 2 de novembro de 2023

Netflix - Paralisia (Locked In)

Costumávamos falar que a Netflix num passado não muito longínquo costumava apresentar boas histórias em seus filmes com péssimos fechamos, isso mudou bastante tendo entregue tramas até que bem interessantes com finais imponentes e bem colocados, porém vez ou outra aparecem tramas com os mesmos defeitos, e eis que hoje "Paralisia" sofre desse mal, pois entregou um trailer semanas atrás bem marcante, fazendo todo mundo ficar curioso como seria o desenvolvimento, e até que o filme tem um bom suspense/drama chamativo de tal forma que não é algo ruim de ver, porém tinha tudo para ir muito mais além, e fechar com algo que impactasse demais, mas não, acabando ficando básico demais, com mudanças de atitudes meio que sem grandes acontecimentos, de tal forma que pareceu acabar com falta de vontade, o que não é legal de acontecer. Ou seja, é um filme que tem uma proposta até que interessante, e que prende o espectador na esperança de algo a mais, porém a desenvoltura entregue não surpreende nem impacta como deveria resultando em algo que até incomoda com o suspense criado, mas que falha mais do que acerta na forma escolhida de contar tudo.

A sinopse é bem simples e nos conta que ao tentar entender o que realmente aconteceu com uma paciente em coma, uma enfermeira acaba descobrindo uma trama de rivalidade, infidelidade, traição e assassinato.

O mais engraçado é que fiquei pensando bastante em quem botar a culpa do filme não ter ido mais além, pois a direção de Nour Wazzi tem estilo, entrega boas nuances e até cria um bom suspense, e da mesma forma o texto de Rowan Joffe tem pegada e classe, então acredito que o problema talvez seja de uma montagem meio confusa, ou talvez duma expectativa exagerada por parte de um trailer muito interessante, pois dava para chegarem mais além de muitas formas, dava para surpreender mais com o final, mas tudo acaba sendo tão direto em alguns momentos que nem ficamos esperando acontecer tanta coisa, e assim o suspense meio que se perde. Ou seja, é daqueles filmes aonde o diretor pega um bom roteiro, grava suas cenas e não dá sua opinião para ir mais além, devolvendo as filmagens para a equipe de edição montar sem muita vontade, o que acaba desapontando mais do que agradando, pois volto a afirmar que não é um filme ruim, mas passou longe de ser algo bom, e isso não chama atenção.

Quanto das atuações, diria que Rose Williams trabalhou de uma forma bem dinâmica sua Lina, de forma que aparentava num primeiro momento que não seria a protagonista do filme, mas como a trama se desenvolve toda em cima da história que ela vai contando para o público, a atriz pode ir dando ganho de trejeitos, conseguindo chamar atenção na trama, e até agradando de certa forma. Já Famke Janssen que talvez tivesse todos os olhares em cima de sua Katherine, acabou ficando em segundo plano, mas não chamando menos atenção, afinal teve muitas cenas intensas e cheias de nuance, conseguindo trabalhar um lado ciumento até que meio exagerado, mas que funciona para o longa. Alex Hassell entregou rápido demais o estilo de seu Robert, de modo que faz alguns atos intensos e com trejeitos fortes, mas dava para ser um pouco mais misterioso que daria um charme a mais para o longa. Ainda tivemos Cole Finn com seu Jamie de trejeitos fechados demais, tendo os devidos problemas, mas não se desenvolve tanto quanto poderia, sobrando o destaque entre os secundários para Anna Friel com sua Nicky, que acaba sendo um pouco acelerada demais, e roubando até algumas cenas para si, mas não errou com isso, pois deu um tom investigativo para a personagem e funcionou.

Visualmente dava para o longa recair mais para um lado mais tenso como as cenas dos sonhos da garota, com a casa vazando e quebrando, um pouco mais dos ambientes sujos da casa secundária, e muito mais nos ambientes externos, mas o foco se desenvolve de uma maneira meio que corrida, mostrando bem pouco da carreira da protagonista, e menos ainda suas cenas debilitada aonde a equipe de maquiagem foi muito bem, o que acabou tendo nuances meio que jogadas sem valorizar todo o trabalho da equipe de arte.

Enfim, é um filme que tinha um potencial maior e poderia chamar muita atenção, mas que acabou não causando tanto suspense e nem surpreendendo tanto com tudo o que acaba rolando, de forma que até vale como um passatempo, mas desde que se não espere nada dele. E assim sendo fica a dica para quem gosta do estilo, e eu fico por aqui hoje, então abraços e até logo mais.


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