Diria que estreia na direção de Sébastien Tulard foi muito interessante de ver na tela, pois mostrou técnicas bem fora do tradicional que muitos colocariam, brincou bem com o roteiro criado por Cédric Ido em cima do livro do verdadeiro Yazid Ichemrahen, e ousou colocar na tela uma trama claro de superação nos moldes tradicionais que já vimos em outros longas comerciais como "Rocky", "Karate Kid", entre tantos outros, e claro usando bem as sínteses dramáticas sem deixar a comida tanto em segundo plano, aliás os planos de comida são em primeiríssimo plano, e dessa forma o resultado acaba fluindo bastante de uma maneira agradável e gostosa de ver, que claro está bem longe de ser algo memorável, mas que funciona bastante dentro da proposta.
Quanto das atuações, diria que Riadh Belaïche entregou bons momentos e trejeitos com seu Yazid, sendo bem envolvente no estilo e criando alguns atos intensos bem trabalhados, mostrando muita paixão no que estava fazendo dentro da cozinha, e com isso conseguiu chamar muita atenção para si, o que acaba agradando ver na tela. Da mesma forma Marwan Amesker trabalhou Yazid aos 8 anos com uma desenvoltura emocional bem grande, puxando ares tristes com as coisas que ocorre com ele pela mãe verdadeira, e sabendo mostrar muita alegria no lar adotivo (aliás, fiquei com essa dúvida de o lar adotivo ter todo esse contato com a mãe, no orfanato também, se alguém souber me explicar melhor como funciona na França isso nos comentários, eu agradeço!). Ainda tivemos atos bem intensos de Loubna Abidar com sua Samia completamente maluca em vários atos, mostrando seu problema com a bebida e com tudo o que faz, sendo bem marcante também. Foi muito gostoso ver a amizade passada por Dycosh com seu Manu apoiando o protagonista e fazendo atos bem marcados. Tivemos alguns atos mais sérios, mas bem conectados de Pascal Légitimus com seu Bouchard, que vê o potencial do rapaz pela comida entregue logo de cara, entre muitos outros bons personagens que passaram pela vida do protagonista.
Visualmente diria que a equipe de arte foi bem rica, pois entregou a casa adotiva, a casa simples do garoto, um orfanato, algumas cenas de rua, uma prisão, uma cozinha de um hotel luxuoso, além da copa do mundo de confeitaria, tudo com ambientes bem grandiosos e representativos, muitos elementos cênicos, e como já disse nos atos mais criativos da comida do rapaz, a câmera se fecha nele, escurecendo tudo ao redor e mostrando o processo de feitio do alimento, bem nos moldes de abertura de programas de reality gastronômicos que estamos acostumados a ver, ou seja, tiveram de fazer todas as comidas muitas vezes para funcionar na trama (felizes foram os atores e a equipe que comeram tudo), além de estátuas de gelo e tudo mais que o processo pedia para aparecer, o que deu um valor bem grandioso para a trama.
Enfim, é um filme com muitas nuances, que quem gosta de longas gastronômicos vai curtir bastante do começo ao fim, mesmo sendo simples e comercial demais para um Festival, mas que funciona e emociona dentro do que a proposta pedia, então vale a recomendação. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, e seria esse meu último filme do Varilux, mas como tivemos o probleminha da queda de energia no domingo, amanhã volto com mais um texto do Festival, e ainda vai faltar outro que verei na sexta, então abraços e até logo mais.
2 comentários:
Tambem
Não entendi a relaçao da tia adotiva, a mãe d o orfanato…
Então amigo... torcer pro texto chegar em alguém que entenda da legislação francesa e explique melhor como funciona esse esquema de "orfanato"!!
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