Diria que o diretor e roteirista Gary Shore exagerou um pouco no desenvolvimento de sua história, pois a trama em si tinha tudo para ser um bom terror de incorporações de espíritos de diferentes épocas, mas acabou tentando misturar criação de livro, história do navio e tudo mais com personagens tão soltos que o resultado fluiu para rumos que acabam mais confundindo o público do que mostrando algo que soasse marcante. Ou seja, acabamos vendo um filme tão complexo de ideias que você vai acabar se perguntando várias vezes se está entendendo a ideia que o diretor tinha para tudo, e isso não é bom, pois mesmo que soasse abstrato alguns elementos, o resultado precisaria fazer um pouco de sentido, e não é isso o que ocorre.
Quanto das atuações, Alice Eve até tentou segurar bem a personalidade de sua Anne, desenvolvendo atos meio que desesperados mistos com alguns atos de descrença, de tal forma que parece ser interessante, mas como a todo momento vamos para o passado e voltando para o presente, acabamos ficando confusos com o que ela deseja entregar realmente, mas ao menos não desaponta com o que faz em cena. Dorian Lough trabalhou bem seu Bittner, sendo direto e com uma personalidade bem forte, que inicialmente parece meio estranha, mas que mais próximo ao final acaba fazendo bastante sentido, e assim o ator mostrou a que veio na trama. Ainda tivemos atos bem tensos de Wil Coban bem marcante com seu David Ratch, colocando muita imponência expressiva sem precisar tirar sua máscara, mas fazendo uma matança com classe e estilo dentro do navio. E claro ainda vale a menção para Wesley Alfvin e Florrie Wilkinson como Fred Astaire e a garotinha Jackie numa cena de sapateado bem encaixada e marcante de ser vista na tela.
Visualmente confesso que as cenas dentro do navio foram muito bem feitas, afinal gravaram muitas cenas dentro do verdadeiro navio para ter uma representatividade maior, mas a equipe de fotografia não ajudou a equipe de arte ter seu trabalho valorizado, pois fizeram um longa escuro demais, aonde você até fica esperando alguns jump scares, masque felizmente não fizeram tanto o uso dessa técnica, ou seja, vemos que tiveram bons trabalhos com figurinos de época, fantasias bem trabalhadas para uma noite de Halloween e até momentos bem intensos com muito sangue, mas quem for conferir vai precisar se esforçar bastante para enxergar tudo com alguma nitidez mais considerável.
Enfim, é um filme que talvez com alguns ajustes seria um terror bem tenso envolvendo épocas e incorporações de espíritos e assombrações, mas que não conseguiu chegar num ápice que marcasse e chamasse realmente a atenção, ou seja, acabou ficando bem mediano para ruim, o que é uma pena. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, e volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.
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