Já conhecemos bem o estilo da diretora Susana Garcia, afinal entregava sempre ótimas tramas com um dos principais nomes do humor nacional que infelizmente já não está mais entre nós que foi Paulo Gustavo, e ela teve sua volta com um filme natalino também nesse ano (o qual ainda não vi para dar um parecer, mas que muitos já elogiaram) e aqui ela entrega novamente sua base cômica com uma pegada leve e descontraída, mas que diverte com boas sacadas e trabalha em segundo plano toda a conexão e briga que existem entre irmãos, de tal maneira que seu filme acaba sendo simples como um todo, parecendo faltar aquele elo mais explosivo tradicional que a diretora tinha com Paulo, mas que Tatá tentou suprir do seu jeito acelerado, e assim junto de Ingrid conseguiram cadenciar tudo com uma experiência bem trabalhada que acaba funcionando pela proposta em si. Ou seja, quem for esperando rachar de tanto rir talvez irá reclamar um pouco, mas quem for mais calmo querendo ver uma comédia com uma pegada mais familiar de fechamento acabará gostando do trio que se formou entre as protagonistas e a diretora/roteirista.
Quanto das atuações, foi bem engraçado ver os contrapontos entre a dupla que deram tanta química na tela, pois Tatá Werneck tem uma pegada mais explosiva bem ao seu estilão que conhecemos, não se preocupando tanto com uma atuação mais certinha, mas sim se jogando para tudo, o que por vezes parece uma displicência e que muitos até podem reclamar de sua Mirelly, mas que funciona dentro da proposta. Já Ingrid Guimarães mostra sua experiência tanto dramática quanto cômica para pegar trejeitos, sotaques e dinâmicas de alguém bem tradicionalista do interior, jogando charme nas nuances e brincando com os momentos mais cômicos para que o filme fluísse bem com sua Mirian, de tal maneira que nos atos que precisa segurar mais a irmã consegue e nos que tem de se jogar se libera para entrar na brincadeira toda, ou seja, se complementaram. Ainda tivemos alguns atos mais emocionais de fechamento com Arlete Salles bem colocada com sua Márcia, mas sem dúvida entre os secundários boa parte recaiu para Leandro Lima como um Cowboy sedutor e Marcio Vito com seu Jayme mais fechado como um marido tradicional, ou seja, apenas deram as conexões para serem usados nas piadas, e deixaram com que as protagonistas fluíssem sozinhas, tendo ainda participações de Iza, Lázaro Ramos e Taís Araújo representando eles mesmos.
Visualmente a trama mostra um pouco das casas de alguns artistas, aonde uma das protagonistas usa como fachada para suas fotos já que trabalha de cuidadora dos animais deles, com tudo bem sacado e bem utilizado, mudando depois de ares para um clima mais ruralizado dos shows sertanejos, da cultura tradicional goiana, com bares mais puxados para o lado country/sertanejo, hotéis simples, e claro alguns gostos por festas grandiosas, porém menos requintadas, e tudo isso bem colocado no estilo de um road-movie mais singelo, ou seja, a equipe de arte não quis dar grandes explosões, e de forma bem contida conseguiu o que precisava para funcionar.
Enfim, está longe de ser um filme que me fez gargalhar como espero sempre de toda comédia, mas que me divertiu dentro das quase duas horas de projeção, de maneira que é agradável, apela aonde precisava apelar e assim não falha com o público que gosta desse estilo de comédia, então fica a recomendação de conferida. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.
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