Os diretores e roteiristas María Alché e Benjamín Naishtat até desenvolveram bem os últimos atos e deram algumas nuances bem fortes do modo como a filosofia atua na vida pública, mas diria que o miolo acabou se perdendo demais, tendo atos sem grande vitalidade, e algumas dinâmicas até que cansativas demais no contexto geral. Claro que a pegada do filme até tem um certo atrativo mais pegado, e usaram a personalidade de um ator chamativo para vender ele, pois seu personagem é quase um enfeite técnico, mas ao menos o resultado geral funciona dentro de uma proposta e acaba sendo interessante ver tudo.
Quanto das atuações, Marcelo Subiotto deu um ar meio carrancudo para seu Marcelo Pena, entregando um professor que sempre foi muito regrado e fechado dentro do seu estilo, sendo até engraçado seus atos mais cômicos por não combinar nem com o ator nem com o personagem, parecendo uma forçada de barra para parecer desconfortável ali, mas ao final quando começa a mudar um pouco suas virtudes se entrega melhor e agrada mais. Como falei no parágrafo acima, Leonardo Sbaraglia só foi usado para vender o filme, pois seu Rafael Sujarchuk aparece em três ou quatro cenas, com meia dúzia de frases, mas sem mostrar seu potencial artístico que sabemos que faz sempre muito bem, de forma que nem precisou ir muito além, e também não desapontou com o que fez, só que poderia ter tido algo maior. Quanto aos demais personagens, a maioria é bem secundário, sem se entregar para algo que chamasse muita atenção, e assim sendo vale destacar só alguns pequenos momentos de Zulema Galperín com sua Amelia e Alejandra Flechner com sua Doris, mas nada que fosse memorável.
Visualmente o longa mostra algumas cenas numa faculdade, algumas instalações na rua em frente a faculdade nos atos finais, algumas aulas na casa de uma senhora idosa, uma festa simples na casa da esposa do professor que morreu com pessoas fazendo vaquinha enquanto o recém chegado rico chega com vinhos caríssimos, e vemos a festa na casa da idosa, ou seja, tudo bem simples, porém bem representativo.
Enfim, é um filme que tem seu estilo, tem uma proposta de mostrar o conflitivo mundo da filosofia e seus usos, mas que dava para ter sido um outro filme, com uma outra pegada mais marcante, ou seja, é daqueles filmes que alguns vão amar, e outros vão ficar sem entender o que queriam dizer com a trama, de forma que fico bem na dúvida de indicar ele, mas que afirmo não ser algo ruim de ver, só poderia ter sido um pouco mais dinâmico que me cansei com ele. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.
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