Uma Carta Para Papai Noel

12/08/2023 09:25:00 PM |

Costumo dizer que um filme tem de determinar seu público-alvo para funcionar perfeitamente, e sem dúvida o longa natalino nacional, "Uma Carta Para Papai Noel", é totalmente voltado para crianças de no máximo uns 8 anos, ou até um pouquinho mais se a criança ainda tiver uma infância bem fechada longe do mundo atual meio explosivo, afinal a trama me lembrou um pouco aqueles programas infantis que tinha na TV Cultura nos anos 80, em uma versão natalina especial com efeitos misturando desenhos e atores adultos e crianças, de uma forma alegórica e lúdica até que bem envolvente, mas que vai funcionar bem apenas para os pequeninos, mas os pais e os mais velhos acabarão cansando demais com tudo, não sendo ruim, muito pelo contrário, sendo bem produzido para uma produção natalina nacional. Ou seja, é daqueles filmes que você vai levar a criançada e acabará tentando entrar no clima, e só assim vai curtir, mas os pequenos com certeza vão se divertir bastante e ficando até o fim dos créditos poderão até tirar selfies com os personagens.

A sinopse nos conta que Jonas, um menino órfão de 8 anos que vive em uma casa de acolhimento, nunca ganha presente no Natal. Preocupado, ele escreve uma carta para Papai Noel, mesmo que seus amigos Beca, Pri, Alana e Cabeleira debochem da ingenuidade: "Só o Jonas pra acreditar que esse ano ia ser diferente. Papai Noel só vai na casa de quem tem dinheiro, família, essas coisas". Ao receber a carta de Jonas perguntando sobre o que Noel gosta de fazer, de comer e como é sua vida quando não é Natal, Noel se emociona. Jonas conta que nunca recebe presente no Natal e, então, Papai Noel entra em ação para descobrir o motivo. Noel se disfarça de Leon - o Conserta-Tudo e, junto com Maria Noel e com a ajudante Tata, parte para investigar o mistério. Enquanto explora a casa de acolhimento, Noel começa a ser vigiado por Léia, a diretora do lugar. Léia começa a desconfiar de Noel, criando dificuldades para ele e a garotada. Noel e as crianças criam um forte laço de amizade, mas a construção dessa cumplicidade será repleta de obstáculos. Nessa jornada, todos irão redescobrir o verdadeiro significado do Natal.

Diria que o diretor Gustavo Spolidoro junto com o roteirista Gibran Dipp foram bem criativos no desenvolvimento da trama, misturando animações de diversos estilos, invenções mirabolantes, e muito carisma para que os personagens convencessem da desenvoltura lúdica, de tal forma que pensaram como algo realmente para os menorzinhos, usando até canções do estilo e uma pegada até bobinha para não ir para um rumo que precisassem pensar em nada. Ou seja, é um filme bonitinho, aonde até dá para curtir bastante os atos finais mais agitados, mas para chegar até lá você vai precisar ir bem fundo, afinal volto a dizer que até alguns desenhos atuais são menos infantis do que o longa aqui proposto.

Sobre as atuações, diria que José Rubens Chachá realmente entrou no clima com seu Papai Noel bem empolgado em alguns atos, e desanimado com algumas situações que está ocorrendo, de forma que tem um bom carisma e chama a responsabilidade da trama para si. Da mesma forma Totia Meirelles entregou sua Maria Noel bem disposta como uma inventora de tecnologias para o Papai Noel utilizar, e comandando bem a UFA dos ajudantes de Noel, brinca bastante na tela. Outra exageradamente empolgada é Polly Marinho com sua Tata, "A" ajudante do Papai Noel, e até explodiu demais em suas cenas, de modo que acaba forçando um pouco, mas também diverte, então foi bem no que precisava fazer. Ainda tivemos Elisa Volpatto como Léia, a vila do orfanato, que se redime bem no final, mas que ficou mais bobinha do que malvada, e isso poderia ter sido mais intenso para chamar atenção. Quanto das crianças, diria que por serem todos estreantes até entregaram bons atos, mas nada que chamasse muita atenção, tendo claro o destaque para Caetano Rostro Gomes com seu Jonas bem expressivo, mas Mariana Lopes com sua Alana, Lívia Borges Meinhardt com sua Beca, Theo Goulart Up com seu Cabeleira e Cecilia Guedes com sua Pri até foram bem em cena. Já Adriano Basegio com seu Sr. Peabody foi apenas um enfeite cênico que já dava para saber o desfecho com os primeiros segundos que apareceu.

Visualmente diria que a equipe soube brincar bastante com elementos computacionais, colocando o personagem no meio da neve em sua casa no Polo Norte, vemos várias máquinas na fábrica da UFA, e na cena da montanha-russa brincaram com gosto com tudo, diria que poderiam ter trabalhado melhor o trenó, pois ficou muito amador, e na composição cênica dos túneis e do sótão foram bem criativos e marcantes, além claro das cenas utilizando animações e claro as bugigangas tecnológicas da Maria Noel, ou seja, a equipe de arte errou em alguns momentos, mas acertou em muitos outros, então ponto para eles.

Enfim, é um filme que a garotada mais nova vai brincar, vai dançar com as canções da protagonista e algumas de Fernanda Takai, mas que os pais precisarão de um pouco de paciência, pois a trama é bem infantil e forçada, então vá preparado para o cinema na próxima semana, pois é daqueles que são apenas para o público-alvo e mais ninguém. E assim fica minha dica pessoal, agradeço a equipe da Sinny pela cabine de imprensa, e fico por aqui agora, mas ainda vou conferir mais um longa hoje, então abraços e até logo mais.


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