Claro que o filme também pode (e deve) ser usado por muitos professores do ensino fundamental para trabalhar a ideia de liderança e sustentabilidade, e certamente esse deve ter sido a principal ideia do diretor e roteirista Paulo Nascimento para que sua trama tivesse uma maior visibilidade, pois até acredito que o longa tenha uma bilheteria razoável, mas dificilmente acertará em cheio o público-alvo nas salas dos cinemas, já que sua direção joga muito com o lado novelesco e esse estilo de público praticamente evaporou das salas escuras, indo mais para as séries dos streamings que tem ainda essa pegada de novelinha aonde cada um se conecta com o devido protagonista, segue suas tendências e tudo mais. Ou seja, é uma produção que talvez faça muito sucesso depois que for lançada nas plataformas, e claro nos usos em escolas para vender a ideia de sustentabilidade, então veremos como vai ficar, pois faltou para o diretor algo menos fechado nesse estilo para o sucesso das telonas chamar atenção maior.
Particularmente eu sei que o sistema de distribuição no país não é tão fácil de se encaixar uma trama, mas sem dúvida os distribuidores foram muito espertos em lançar o longa nessa semana, uma semana antes do filme "Reflexos do Medo", afinal a protagonista Giulia Benite que também assina a produção ficou conhecida nacionalmente pelo papel que não é mais dela no longa que irá estrear semana que vem, e aqui mesmo diferente sua Bebel ainda lembra muito sua personagem anterior, pelo menos na forma de agir com um estilo meio que "mandão", o que talvez seja algo de sua personalidade mesmo, já que em outros filmes também trabalhou esse estilo mais impositivo, ou seja, vemos aqui uma garota nata para ser líder, com propostas bem encaixadas, mas ainda precisa trabalhar um pouco mais seu estilo emocional, já que ainda não convence com seu jeito de chorar para que as pessoas fiquem com pena dela. Tivemos ainda bons atos com os jovens Gustavo Coelho e Antônio Zeni como Zico e Beto, cada um do seu jeito de colaborar com a protagonista, tendo boas desenvolturas cênicas, mas sem grandes explosões, e como disse no começo chegamos a ficar até com um certo ranço pela mini-vilã que Sofia Cordeiro entrega com sua Rox, tendo seus atos bem tradicionais de muitos filmes que já vimos mundo afora, mas mostrando que tem uma boa pegada para esse estilo de personagem. Já do lado da turma adulta, vale claro os bons trejeitos de Rafa Muller como o professor da garotada, que sendo PCD ainda deu algumas lições de acessibilidade com sua cadeira de rodas, tivemos alguns momentos simples com Larissa Maciel e José Rubens Chachá como a mãe e o avô da garota, mas sem dúvida o olhar vai todo para cima dos chiliques exagerados de Flávia Garrafa como a tia da jovem, tanto que ela chega até ofuscar o vilão master da trama que é o empresário que testa produtos nos animais, e isso foi um erro meio que grande tanto da atriz quanto da direção.
Visualmente a trama oscilou entre uma escola simples com um uniforme forte para ser bem representativo de um colégio mais fechado, e uma casa bem grande e rica meio que sem acessibilidades para uma jovem cadeirante ser questionada, e claro um laboratório tradicional e um sítio cheio de cachorros presos, ou seja, tudo bem trabalhado para mostrar as dinâmicas, mas sem ir muito além.
Enfim, é um filme simples que dava para virar facilmente uma novela juvenil com uma garota líder chegando e mudando tudo, além de precisar enfrentar uma rival e sua família, que foi condensado para ser um filme e funciona dentro da proposta, mas que dava para ter ido mais além, então fica a recomendação mais para o público-alvo mesmo, pois muitos não vão curtir tanto, mesmo sendo um bom exemplar para um mundo melhor. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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