Diria que o diretor e roteirista italiano Mauro Borrelli até soube trabalhar bem a dinâmica de seu filme para que tudo fosse bem amarrado e chamasse bastante atenção, usando bem os artifícios do gênero e desenvolvendo bem toda a interação com seus personagens para ir enganando cada um e criando cada elemento de uma forma que ficássemos curiosos com o desenrolar de tudo, ou seja, ele não quis ser nem tão direto, mas também não largou os elementos de uma forma fácil na tela, e mais do que isso, usando alguns atores que geralmente entregam personagens mais cômicos, ele conseguiu que tivessem a devida densidade para um filme policial e acabou agradando bastante. Claro que dava para o filme ser mais amplo e ter um pouco mais de requinte, mas a forma mais direta acabou funcionando, e isso é o que importa, sendo que tudo é rápido demais na tela, o que acaba ao menos não fazendo o espectador esperar muito por tudo.
Quanto das atuações diria que Melissa Roxburgh trabalhou sua Mary com uma boa desenvoltura, sendo bem direta nas atitudes que a personagem precisava mostrar, e mais do que simbolizar tudo na tela, ela acabou conseguindo brincar com a ideia religiosa, com as intenções cênicas e colocando bons trejeitos clássicos de uma policial curiosa, de modo que dava para ter um pouco mais de explosão em alguns atos, mas mudaria o estilo da personagem, e assim sendo foi bem com o que fez. Agora quem surpreendeu bem com algo mais fechado e denso foi Martin Lawrence com seu Jake, pois o ator que tradicionalmente faz mais longas cômicos do que dramas, caiu bem na personalidade tensa que o longa pedia e criou com seu estilo um policial até que bem explosivo e interessante de ver, de modo que consegue segurar bastante seus atos na tela e não desaponta. Outro que dificilmente desaponta é John Malkovich, e aqui com seu O Artista entrega atos bem cheios de tensão e sacadas, mostrando uma pegada marcante bem cheia de nuances e trejeitos, e claro botando a banca que precisava para o papel, de modo que chega a ser duplo em alguns atos e isso chama ainda mais atenção. Quanto aos demais, praticamente todos deram apenas conexões para o trio principal, não tendo algo muito chamativo, sendo um pouco destacado Neb Chupin como Dr. Loesch e Aiden Turner com seu Dale, mas nada que colocasse seus personagens em foco para ficarmos de olho realmente.
Visualmente sem dúvida alguma o destaque são para todos os ornamentos das pessoas mortas, que ficaram de uma riqueza de detalhes que certamente valeria muito mais tempo de tela, tanto pela preparação deles pelo assassino quanto na dissecação do crime pelos investigadores, pois aí certamente cada detalhe valorizaria ainda mais cada momento do longa, mas só as aparições já foram bem colocadas, tivemos uma prisão psiquiátrica bem encaixada e vários momentos em diversos ambientes para trabalhar o crime, claro valendo destacar o esconderijo do assassino bem sujo e cheio de detalhes também, ou seja, a equipe de arte trabalhou pra valer.
Enfim, não é um dos filmes mais perfeitos do gênero, mas consegue segurar bem a tensão e envolver bastante, só faltando ter uma reviravolta mais marcante para cair o queixo realmente, ou seja, vale o play com certeza e para muitos até irá lembrar outros filmes do gênero, só não fique esperando algo de grande impacto, pois senão a chance de se desapontar será alta. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.
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