O longa mostra a história de origem da personagem-título, Madame Teia. Na trama, Cassandra Webb leva uma vida comum trabalhando como paramédica em Manhattan - até que, um dia, ela descobre que possui a habilidade de prever o futuro. Uma de suas visões acaba levando Cassandra até as jovens Julia Carpenter (Sydney Sweeney), Anya Corazon (Isabela Merced) e Mattie Franklin (Celeste O’Connor). Não demora até que as quatro entendam que, juntas, estão destinadas a algo muito poderoso.
Diria que o maior problema do filme ficou a cargo da direção de S.J. Clarkson, pois acostumada com muitas séries, acabou fazendo um filme de apresentação extremamente corrido, e filmes que trabalham previsões com dejavu e mudanças de caminho geralmente precisam ser mais lentos e desenvolvidos para que o público se conecte e não se perca tanto, de tal forma que se você piscar durante um dos pensamentos da protagonista, já na sequência é capaz de não entender mais nada, e o filme usa desse recurso o tempo todo. Ou seja, talvez uma trama de maior duração e/ou uma quebra rítmica mais trabalhada desse um vértice melhor para o resultado final, mas ainda assim isso não chega a ser um grande incômodo para quem estiver disposto a pegar tudo no ar, e ir montando na própria cabeça. Claro que o filme tem defeitos, e muito se deve que temos de abstrair qualquer possibilidade de realismo, colocando como base completa algo 100% ficcional que só em uma HQ aconteceria, e assim dá para relevar.
Quanto das atuações, não vou me ater aos visuais dos personagens nas HQs, afinal não conheço a fundo para poder opinar sobre isso, mas posso falar tecnicamente sobre eles, então diria que Dakota Johnson se esforçou para entregar uma Cassandra Webb bem movimentada e disposta a se desenvolver após descobrir seu poder, teve uma aula e uma interação bem marcante com o personagem peruano, mas desde seus filmes anteriores eu falo a mesma coisa que ela tem um tremendo corpo, mas uma cara triste demais, sem muita expressão, parece que nada anima ela, e isso chega a incomodar bastante na tela, pois como é a protagonista, faz com que o filme tenha um teor levemente depressivo em diversos atos, ou seja, poderia ser um pouco mais animada que ainda ficaria enigmática. Tahar Rahim trouxe para seu Ezekiel Sims um estilo vilanesco, desesperado e afrontador dentro de seu escritório e tendo algumas boas cenas violentas no miolo dentro das visões da protagonista, mas nas cenas finais só ficou pulando para todo lado e andando calmamente demais no ato final, sendo algo meio incoerente, mas com certeza foi opção da direção/roteiro, então até que foi bem no que fez. Quanto das garotas, acredito que já poderiam ter introduzido como elas ganhariam seus poderes aracnídeos, pois até tentaram aparecer, mas ficaram muito em segundo plano apenas como jovens adolescentes que tem pais problemáticos, sendo Celest O'Connor a riquinha que os pais vivem no exterior e só quer viver, Isabela Merced como a latina que vive sozinha após o pai ser extraditado e tem medo disso acontecer com ela, e Sydney Sweeney, a certinha que tem uma família que mais prefere o irmãozinho do que ela, mas todas sem grandes anseios na tela quando comuns, sendo mais imponentes nas pancadarias vistas nas previsões dos dois videntes. E ainda tivemos algumas cenas rápidas de Adam Scott com Ben, amigo paramédico da protagonista, mas que só serviu mesmo para a cena final.
Visualmente a trama teve alguns atos iniciais e depois no miolo dentro da Amazônia peruana com uns ares até que interessantes, mas sem grandes anseios, tivemos algumas cenas agitadas em ambulâncias pelas ruas da cidade, um depósito de fogos também usado duas vezes tanto no começo quanto no ato final, o apartamento simples da protagonista, o apartamento luxuoso do vilão com muita tecnologia, uma lanchonete e uma central de trens, tudo sem grandes elementos cênicos marcantes para ter grandes nuances, mas que com toda a movimentação de tela acabam sendo bons ambientes, além claro de muitos fogos de artifício estourando no ato final quase como poderes, principalmente com a protagonista sabendo exatamente para onde iriam estourar.
Enfim, volto a frisar que não é um longa perfeito, e quem não curte tramas de HQs irá odiar do começo ao fim, principalmente se tentar colocar algum ato como realista e pensar nos quesitos físicos e tudo mais, mas quem for sem esperar nada e pronto para se divertir e conhecer uma boa trama de origem, garanto que sairá feliz com o resultado final (e detalhe, nem precisa esperar nada que não tem nenhuma cena pós-crédito, afinal a grande sacada já ocorre com o nascimento no hospital mesmo!). E é isso pessoal, eu fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...