A grande sacada do diretor e roteirista Richard Holm foi conseguir enxergar algo real que tem acontecido e criar a ficção em cima disso, de tal forma que facilmente poderia estar ocorrendo lá na Suécia na mina de Kiruna mesmo ou quem sabe em Maceió, a diferença que a mina de Kiruna é uma das mais tecnológicas hoje no mundo e a cidade inteira está sendo "transplantada" de um lugar para o outro, e quem sabe no meio da correria toda acontecesse as diversas mortes que o diretor mostra, quem sabe uma família maluca resolve ir numa escola abandonada aonde os garotos resolveram jogar o campeonato de despedida de Call of Duty, e por aí vai com as diversas alegorias imaginativas que um roteirista pode ter, o lance apenas é que ele conseguiu fazer algo que tanto insisto em adaptação realista, pois ninguém quer ver um documentário acontecendo dentro de uma ficção, ninguém quer saber como a Dona Maria que a casa está afundando está fritando o seu ovo, o lance é saber como pegar algo interessante, por exemplo a história de alguém, e valorizar ela, criar memórias que não existiram que dariam uma super liga e emocionaria todo o espectador, e por aí vai. E foi exatamente isso o que ocorre aqui, pois sabemos que ninguém em sã consciência pularia em cima de um treco pendurado somente por um fio de alta tensão, e mais ainda que um doido tentaria segurar aquele baita treco pesado podendo levar um super choque, mas na tela gera conteúdo e funciona, então posso dizer que ele acertou na ideia toda, e o resultado foi bem passado na tela, e ainda digo mais, como ainda vai tempo até acabar toda a transferência da cidade, acredito que mais diretores usem a história de base.
Quanto das atuações já diria que é um campo a parte, pois Tuva Novotny até trabalhou bem a forma impulsiva e durona de sua Frigga, mas em determinados atos a atriz se joga de forma até que exagerada demais, o que acaba incomodando um pouco, de tal forma que alguns podem até achar um pouco forçado tudo o que faz, o que claro faz sentido de uma mãe desesperada tanto pelo filho desaparecido, quanto pela montanha que também é meio como se fosse alguém próximo dela como vemos, mas dava para passar um pouco mais de realismo cênico em alguns atos. Não diria que o personagem Dabir que Kardo Razzazzi entrega seja algo comum em um filme, ainda mais nesse estilo de colocar um novo amor para uma pessoa que vive nos extremos, mas o que mais me incomodou nele foram seus trejeitos calmos demais para um bombeiro (afinal sabemos que são pessoas cheias de impacto), e sempre estando quase nas nuvens com tudo, o que não muda nem nos atos mais fortes, tanto que em determinado momento já comecei a achar até que ele iria morrer, mas conseguiu entregar bem sua finalização ao menos. Ainda tivemos Peter Franzén como o ex-marido que também é bem responsável pela mina, bem responsável por muitos atos enrolados da trama, mas que ao menos se expõe, tivemos Felicia Maxime com sua Mika toda pró-ativismo com a namorada, mas meio jogada em algumas cenas, Lina Brännström bem colocada como a amiga da protagonista com uma cena bem tensa nos atos fortes do filme, e o garoto que jurava que era outro e apenas aparece nos atos finais, então não temos nada muito grandioso nas interpretações.
Visualmente eu sei que usaram muita computação gráfica para as cenas dentro da mina desabando, para as cenas da cidade se partindo, mas vemos também algumas imagens bem interessantes dentro do interior real, com algo que quem trabalha ali tem de ser bem corajoso, pois a qualquer momento pode ruir, ou seja, vemos fendas gigantes, pedras cedendo, buracos, muitas mortes bem impactantes, muita terra voando para todo lado, e mesmo nos atos dentro da escola destruída, embora seja nítido a computação na cena, os atores fizeram boas encenações para passar um certo realismo, ou seja, a equipe de arte trabalhou muito bem junto da equipe de computação, unindo a cenografia toda do lugar com montagens e bons efeitos que acabaram funcionando bem dentro do resultado final.
Enfim, não é o melhor filme desastre que já vi, mas conseguiu me deixar bem tenso nos atos mais impactantes, e mesmo os atores não se entregando tanto para aparentarem mais desesperados, o resultado final acaba sendo bem interessante de ver, de tal forma que não estamos tão acostumados com longas suecos e finlandeses por aqui, mas mostraram técnica e é bom ficar de olho, então fica a dica. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.
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