O diretor Peter Farrelly é muito conhecido pelos longas "incorretos" que costuma criar (tirando claro "Green Book: O Guia" que lhe deu dois Oscar e uma fama meio diferente do que sempre teve), e agora voltando para esse estilo acredito que tenha faltado para ele uma ousadia que aparentemente perdeu, pois o longa tem todo um lado sujo, mas quando realmente vai se sujar acaba pegando leve de certa forma, ou seja, é o famoso filme que o diretor volta para suas origens, mas tem receio de se queimar, e com isso acaba pagando o preço de uma comédia sem muitas atitudes, aonde vemos até algumas piadas pesadas (ao exemplo das músicas que o protagonista canta na boate e a sacada de como o dono da empresa discursa), mas que não vai a fundo quando poderia ir mais além. Aliás, como um lado das sacadas envolvem rituais judeus, tenho quase a certeza que o longa foi projetado pensando em Adam Sandler e sua turma, mas como a onda do ator é outra agora, sobrou para essa nova galera fazer as honras para o diretor.
E continuando a falar das atuações, Zac Efron voltou ao seu estilo de bom moço, com visual arrumadinho e estilo mais tradicional que estamos acostumados a ver, depois de ter virado um monstrão para interpretar um lutador, de tal forma que seu Dean tem estilo, é um bom mentiroso para a namorada, e consegue ter trejeitos bem colocados frente à toda confusão que causa, não sendo nenhum orquestrador do caos, mas sabendo aonde entregar cada estilo de expressividade, o que acaba agradando de certa forma, o único "problema" é que ele não é uma pessoa engraçada, então suas trapalhadas acabam se perdendo um pouco dentro da trama. Já John Cena tem um estilo que sabe cativar comicamente, de tal forma que seu Ricky/Rod é meio canastrão, mas sabe se jogar nas oportunidades, trabalhando toda a pegada da ideia, e sendo um excelente ator dentro do personagem, convencendo a todos, tendo bons atos de virada de ideia, e principalmente sabendo como se posicionar dentro da ideia toda acaba fluindo bem dentro da ideia toda, ou seja, deu seu show e acabou agradando. Ainda tivemos os outros amigos fanfarrões do protagonista com Andrew Santino entregando alguns atos meio que acovardados para seu JT, mas bem bobos dentro da ideia que acabam funcionando, e Jermaine Fowler usando mais o famoso gay que não segue os tradicionais estereótipos (o que é bom), mas que não joga seu Wes para algo mais chamativo como deveria ser. Quanto aos demais, acaba valendo um leve destaque para Lex Scott Davis com sua Erin bem ligada em tudo, Anja Savcic com uma Susan bem marcada em cima das mentiras, e claro William H. Macy que se jogou por completo como o chefe dos rapazes.
No conceito visual a trama ficou desenvolvida inicialmente na noite de Halloween aonde os garotos praticamente botam fogo numa casa ao dar errado sua pegadinha com um vizinho, vemos depois muitas animações mostrando as facetas que fizeram durante a adolescência e a juventude sempre usando o nome do amigo imaginário, até chegarmos na forma adulta dos personagens mostrando algumas vezes a casa de JT, um show gigantesco, um cassino, um bar de strip-tease, voltando vemos cenas em um hospital, uma festa de circuncisão bem movimentada, um pouco da casa do outro protagonista e alguns atos dentro de uma empresa, mas nada muito grandioso de elementos cênicos, mais brincando com as ideias para representar bem cada locação.
Enfim, é um filme até que divertido, mas que não vai fazer você chorar de rir, sendo daqueles passatempos que alguns vão ficar meio que constrangidos, enquanto outros vão rir bastante do formato besteirol leve, mas que não chega a ser algo para jogar fora por inteiro, e que talvez com outros atores e/ou mais atitude por parte do diretor chegasse um pouco mais longe, valendo assim uma leve recomendação já que não chega a ser ruim de conferir. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.
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