quinta-feira, 21 de março de 2024

Dois é Demais em Orlando

Essa semana eu deveria chamar ela de semana Sessão da Tarde, pois a maioria dos filmes tem me lembrado a época que voltava da escola, e depois curtia uma TV com alguns filmes bem simples, leves e que acabam tendo um carisma maior pela história e desenvoltura entregue, e o melhor de tudo, não tinham tanta enrolação ao ponto de se tornarem novelescos. E felizmente hoje conferi a cabine da comédia nacional "Dois é Demais em Orlando" que traz bem essa desenvoltura leve e gostosa de curtir, aonde já sabemos aonde haverá um conflito, aonde vamos nos divertir e até se emocionar em certo ponto, mas que funciona demais, tem uma boa entrega dos personagens, e forçando apenas para criar um estilo de personagem, o resultado acaba sendo gracioso, e frisando, sem precisar entrar para algo novelesco de se ver na tela. Ou seja, o longa não é algo que você irá falar nossa que obra prima do cinema nacional, nem irá se matar de tanto rir, mas o longa é muito bem produzido, tem boas sacadas, envolve bastante com a química de amizade dos protagonistas, e entrega algo que andou sumido por um tempo que são longas com uma trama juvenil, gostosa e de certa forma lúdica, sem precisar apelar para romantismos e sensualidades, e que funciona para toda a família em qualquer horário.

A sinopse nos conta que João está prestes a realizar o seu grande sonho de infância: conhecer os parques de diversão de Orlando. Mas, logo antes de sua viagem, sua chefe pede um pequeno favor que pode estragar suas férias perfeitas: o filho dela, Carlos Alberto, precisa de um acompanhante nesse mesmo voo. O que era para ser apenas uma "carona" até a Flórida vira uma roubada quando o pai de Carlos Alberto não consegue buscá-lo e João fica preso ao menino de onze anos, que o detesta. Para salvar seu emprego, João se vê obrigado a aturar o garoto, o que é uma verdadeira tortura para os dois. Juntos, eles vão passar por muitas encrencas numa montanha-russa de emoções.

Já conhecemos bem o estilo do diretor Rodrigo Van Der Put, que deu uma acalmada depois dos polêmicos longas do Porta dos Fundos, e se desejavam ver ele entregando uma trama mais família, aqui ele conseguiu usar a base que já vimos em diversos longas do gênero, brincando com o fator "manter o emprego", "quebra de confiança" e até conceitos de diversão em uma viagem, de modo que ele usa o roteiro totalmente ao seu favor, não deixando que seu filme ficasse solto, mas também não ficasse forçado demais, e assim o resultado acaba leve, cheio de brincadeiras pelo estilão do protagonista, e com uma boa dosada de uma criança mais séria, a conexão acaba funcionando para que a história fosse bem contada pelo diretor. E mais do que isso, eles ousaram em ir gravar algo realmente no resort da Universal Pictures, não fazendo como muitas vezes ocorrem de colocar uma ou outra ceninha, e completar com o restante usando chromakey, e isso deu um charme bem trabalhado e prático para que a trama fosse crível. Ou seja, volto a frisar que não é algo que você verá e falará nossa que filmaço, mas sim uma trama gostosa e bem dirigida, que facilmente você pararia na sala para conferir em qualquer momento com quem quer que estivesse por ali, afinal não tem nada que atrapalhe o conteúdo familiar, e isso foi algo muito bem escolhido para que o longa tivesse um estilo próprio, e principalmente mostrasse aonde o diretor pode seguir mais seguro.

Quanto das atuações, posso estar bem equivocado por não conhecer o Eduardo Sterblitch sem ser fazendo um personagem Eduardo Sterblitch, que é alguém bobão, infantil, exagerado e tudo mais, e seu João é exatamente tudo isso, ou seja, lhe deram um personagem para ele fazer o que mais sabe fazer que é parecer estar se divertindo e ainda com o extra de poder fazer isso num parque de Orlando, e assim sendo sua entrega foi bem encaixada, teve uma boa sintonia com os demais, e brincou bastante com tudo o que podia, sendo que alguns até vão achar exagerado demais, mas como já vimos muito dele, sabemos que ele até economizou nas loucuras cênicas e saiu bem. O jovem Pedro Burgarelli já pode ser chamado quase pela idade que João dá para seu Carlos Alberto com a quantidade de filmes, peças, séries, novelas, dublagens e tudo mais que já fez e está fazendo, de tal forma que tem uma experiência muito boa para criar um personagem, e aqui se entregou bem para uma criança mais responsável, mais fechada e densa, mas conseguiu criar um bom vínculo com o seu parceiro de cena de tal maneira que se já não eram amigos antes, agora é capaz de até viajarem juntos nas próximas férias (isso se o jovem tiver com o tanto que trabalha!), ou seja, se jogou bem e entregou bons momentos. Quanto aos demais em cena, vale claro destacar Daniel Furlan como um incômodo nas férias dos dois protagonistas com seu dentista inconveniente Anderson Cabelo bem mala, tivemos Luana Martau como uma mãe bem ocupada com serviço que nem se conecta tanto com o filho, e também Anderson Di Rizzi como um pai também bem acelerado que ao final entendemos o motivo, além dos demais que ficaram no Brasil, mas sem ir muito além.

Visualmente a trama não tinha como dar errado, já que o resort da Universal em meio aos vários parques da companhia entregaram tudo e mais um pouco, e o que foi engraçado ver em todas as entrevistas é que os atores e a equipe se acostumaram bem em gravar das 3 da madrugada até as 2 da tarde todos os dias para pegar atrações vazias para as cenas principais e o movimento do parque quando precisassem de público, e o resultado ficou chamativo com os brinquedos escolhidos, e toda a síntese dos elementos tanto para o dentista que não comia açúcar nenhum, o garoto da equipe de natação que tinha medo de nadar e o fã de parques que tinha medo de montanhas russas, ou seja, um luxo que serviu tanto de marketing para o parque quanto para um filme ficar mais bem produzido, e o resultado é notável na tela.

Enfim, diria que o longa me surpreendeu pela leveza e pelas dinâmicas bem encaixadas, pois esperava com toda certeza algo bem exagerado e bagunçado, sendo que como já disse no começo facilmente pararia para conferir ele passando na sala da casa em qualquer horário, e assim sendo deve agradar quem quiser ir ao cinema conferir ele com toda a família à partir do dia 28/03 nos cinemas, então fica a dica, pois mesmo sendo bobinho e de certa forma meio que ingênuo consegue agradar e divertir. E é isso pessoal, eu fico por aqui agradecendo o pessoal da H2O Filmes pela cabine de imprensa, e volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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