O estilo do diretor Juan Carlos Fresnadillo é mais dentro de filmes com uma pegada mais de terror, e aqui ele usou desse artifício para trabalhar bem o roteiro de Dan Mazeau que estava meio quieto depois de "Furia de Titãs 2", e no ano passado estourou com "Velozes e Furiosos 10", ou seja, a história em si já tinha pegada suficiente para que o diretor elaborasse algo bem colocado e brincasse com toda a essência na tela, e com todo o dinheiro e tecnologia que a Netflix lhe deu para conceber a obra, o resultado conseguiu ir além do simples, para um reino bem visual, cheio de nuances, com uma montanha bem recortada para a jovem ficar se esgueirando fugindo do dragão, e até um bom conceito de elementos gráficos para ter uma imponente e chamativa trama de efeitos, aonde o dragão como protagonista poderia ser mais trabalhado, mas ainda assim seu fogo ficou bem marcante, mostrando que a equipe escolhida seguiu bem toda a ideia do diretor e entregou um bom resultado.
Quanto das atuações, Millie Bobby Brown tem seguido sua carreira com personagens muito marcantes, mas principalmente não se amarrando neles, e mesmo que muitos a conheçam pela personagem da série que a explodiu, em cada novo personagem ela cria para si trejeitos novos, olhares incisivos bem colocados e chama para si a responsabilidade de todos os seus filmes, tanto que aqui praticamente esquecemos que existem outros personagens, e assim sua Elodie impacta com muita intensidade expressiva, se joga para todos os lados, se corta, machuca, suja e tudo mais no melhor estilo de uma lutadora ao invés de uma princesa, ou seja, o papel já era imponente e a atriz conseguiu deixar ainda mais na tela. São poucos filmes e séries que a atriz Shohreh Aghdashloo aparece, mas se um diretor quer uma voz imponente para narrar ou dar voz a algum personagem está lá a atriz, de tal forma que sua dragão tem personalidade forte também, e consegue ser marcante com cada ato entregue na tela, sendo mais do que apenas um complemento para o gigantesco ser. Quanto aos demais, diria que o príncipe vivido por Nick Robinson até foi bem interessante, passando inicialmente um ar de bom moço, a madrasta que Angela Basset trouxe chamou bem com uma intensidade de olhar para a protagonista em suas cenas, e o pai da donzela que Ray Winstone trabalhou até teve algumas nuances marcantes e expressivas, mas sem dúvida valem destacar apenas Brooke Carter com sua Flora doce e cheia de sonhos como uma princesa deve ter, e claro Robin Wright como a rainha forte, intensa e pronta para suas maldades.
Agora sem dúvida alguma o conceito visual da produção foi de um luxo tremendo, sendo cheio de nuances de castelo, todo um amplo reino com muitas parreiras de uvas, tudo bem imponente e marcante, uma festa de casamento luxuosa e bonita de ver, algumas cerimônias com símbolos bem colocados, e claro toda a montanha do dragão cheia de túneis e elementos dos demais mortos que já passaram por ali, sendo tudo bem representativo e interessante dentro da proposta, fora o vestido recheado de armas para sobrevivência da donzela. Quanto dos efeitos, diria que dava para ter trabalhado melhor o visual do dragão para não ficar tão rústico, mas como nunca vi um dragão de verdade, apenas me baseando pelos que já vimos nos cinemas, o resultado final acabou sendo bem colocado, o fogo bem ao estilo de lava e tudo mais causando o impacto que a equipe desejava ver na tela.
Enfim, é um filme passatempo como costumo chamar esses que não precisamos ficar pensando em nada e apenas nos divertirmos com a trama mostrada, e o resultado dentro dessa simplicidade diria que funcionou bem para quem gosta de longas assim. Então não vá conferir esperando que verá uma odisseia ao estilo de "Senhor dos Anéis", "Ben-Hur", "Robin Hood" ou coisas do tipo, mas com toda certeza não é algo que abusa da nossa inteligência e agrada bastante para ser recomendado. E é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.
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