Netflix - Jon Batiste: American Symphony

3/07/2024 12:21:00 AM |

Daqui a pouco o pessoal vai falar que virei fã de documentários e só falo disso, mas esse foi finalmente o último que faltava para matar as principais categorias do Oscar, afinal o longa da Netflix, "Jon Batiste: American Symphony", está concorrendo à Melhor Canção Original e acabei pulando ele quando estreou em novembro do ano passado na plataforma, e diria que ele entrega algo bacana acompanhando o músico por alguns meses desde a sua indicação à 11 Grammys em 2022, com vários acontecimentos nesse meio do caminho até a premiação, mostrando todo o preparo de uma obra musical completamente diferenciada, e junto disso sua esposa após anos com o câncer redimido voltando a precisar de tratamento. Ou seja, algo bem denso, mas ao mesmo tempo leve e irreverente, já que o estilo dele é dessa forma, e o documentarista conseguiu lhe seguir bem, ir montando toda uma estrutura histórica sem ficar cansativa, porém eu esperava algo mais emocional pela história em si da esposa, o que acabou ficando meio que em segundo plano.

A sinopse nos conta que em 2022, o músico Jon Batiste se tornou o artista mais célebre do ano, com onze indicações ao Grammy, incluindo Álbum do Ano. No meio desse triunfo John embarca no seu desafio mais ambicioso até à data, compondo uma sinfonia original. Essa trajetória foi alterada quando Suleika Jaouad, autora de best-sellers e parceira de vida de Batiste, descobre que seu câncer há muito adormecido retornou.

Diria que o diretor Matthew Heineman foi bem utilizado para conseguir pegar todas as imagens de um projeto maior que era acompanhar o músico na composição de sua sinfonia original cheia de nuances, e acabou tendo todo esse conflito no meio da doença da esposa, dos prêmios e tudo mais, de tal forma que vemos uma narrativa até que interessante de acompanhamento, mas que soa comum como em álbuns originais de banda que depois acabam virando material para fãs, mas que aqui com toda a intensidade da doença da esposa voltando e sendo algo difícil de se juntar em uma trama só. Ou seja, o diretor acabou provavelmente trabalhando mais na montagem do que na captação, e foi bem sincero, sem precisar apelar para algo emocional e assim acabou agradando tanto os fãs do cantor, quanto conseguiu mostrar para os que não conheciam ele, toda sua vitalidade expressiva e alegre mesmo nos momentos mais duros, e dessa forma o resultado acaba chamando mais atenção do que o comum, que seria apenas uma obra de preparação de show.

Particularmente não conhecia Jon Batiste, afinal ouço músicas mais no rádio apenas enquanto estou no trajeto do serviço, e não é um estilo que explodiu tanto para cair no gosto musical das rádios do interior, mas o jovem mostrou ser alguém prodigioso que cursou uma das maiores faculdades de música, indo na contramão com um estilo de instrumentos e gostos, e claro com um dom especial que acabou chegando ao sucesso com um álbum muito bem colocado, mas principalmente o que o filme mostrou é que ele não é o malucão que aparece nos palcos, mas ainda assim é uma pessoa bem alegre e cheia de vida, e um grande parceiro da esposa. E quanto da esposa Suleika Jaouad vemos todo seu esforço em ter momentos marcantes com o marido, mesmo na correria dos meses atarefadíssimos dele com seu sucesso, e também sua batalha contra o câncer, sua terapia de pintura e tudo mais, mostrando um emocional forte dela, mas que desaba também com algumas notícias.

Quanto do concerto e da música em si que está concorrendo ao Oscar, "It Never Went Away", foi algo bem bonito de se ouvir e ver claro por todo o desenvolvimento, e faz valer para mostrar como é o estilo de composição do jovem.

Enfim, diria que não é nada muito surpreendente o longa, tanto que concorre como Canção Original, e não como Documentário, mas que vale para ver todo o processo criativo acontecendo, mesmo com a cabeça a mil por premiações, doença e tudo mais do dia a dia, então fica a dica para conferirem. E é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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