O diretor Johan Renck ficou muito famoso pelo que fez na série "Chernobyl", e agora ao pegar o livro de Jaroslav Kalfar conseguiu trabalhar algumas nuances tão bem colocadas, não criando uma supernave tecnológica, não ousando com efeitos gigantescos, mas sim com o bom e velho texto de entrar na mente e ir pegando atos marcantes da vida da pessoa, e junto disso criando toda uma reflexão mais ampla com as devidas nuances, ou seja, o diretor soube trazer o ato introspectivo do protagonista e colocar cada ideia em algo mais relativo, afinal ninguém esperaria que um subconsciente e/ou um alien amigo se materializaria como uma aranha enorme que conversaria na sua língua e traria todo um envolvimento próprio para você. Ou seja, o que vemos na tela é algo de certo modo bem simples de ver, mas que tem a devida essência técnica bem encontrada que agrada e envolve. Claro que a maioria das pessoas vai reclamar de tudo, afinal muitos vão querer um final mais fácil de entender, algo que fizesse o queixo cair, e muito mais, mas não era a ideia, e o resultado ainda que bem direto, vai ser bem conflitivo, mas interessante de certa forma.
Quanto das atuações, volto no que falei no começo, que Adam Sandler deveria fazer muito mais filmes de drama do que de comédia, afinal quando colocam ele para dramatizar um personagem, ele consegue passar bem a essência e o envolvimento com trejeitos diretos, não deixando para que o público decida o que ele está sentindo, e isso tem um valor incrível, e aqui seu Jakub está bem desgastado, cansado por estar há 6 meses viajando pelo espaço sozinho, já não tem mais o mesmo sentimento de paixão nem pela esposa nem pela aventura em si, tudo parece dar muito errado aonde está, e suas nuances são tão bem encontradas, que até podemos achar que ele está maluco conversando com sua própria mente, mas ao mesmo tempo também dá para imaginar que aquilo é real e ele consegue ver mesmo, ou seja, ele transparece as duas vertentes e agrada ainda com sua atuação, dando show. Paul Dano é um mestre do controle da voz, e já mostrou isso diversas vezes no cinema, mas o tom encontrado para sua aranha Hanus é muito bem trabalhado, de tal forma que mesmo quem tem fobia de aranhas vai achar fofo seu jeito de conversar com o protagonista, e isso é algo brilhante de ver, que funciona bastante e mesmo que o personagem seja esquisito de ver, consegue ir nas profundezas do protagonista para buscar um algo a mais. Ainda tivemos alguns atos bem reflexivos e bem encontrados das ideias da esposa vivida pela sempre bem expressiva Carey Mulligan, além de apoio da equipe do piloto na terra representados por Kunal Nayyar com seu Peter e Isabella Rossellini com sua Tuma.
Visualmente o longa não nos situa o ano em que o filme se passa, mas pelos apetrechos da espaçonave dá para se colocar como coisas bem anteriores aos anos 2000, com aparelhos grandes de telefones e tudo muito rústico, sem grandes elementos computacionais, mas souberam fazer bons usos de elementos flutuando, toda a ideia de patrocínios para vender algo na viagem, e por aí vai, mostrando que a equipe de arte trabalhou bastante para que tudo ficasse bem visível, e quando colocado o personagem para flutuar não ficasse falso demais, o que deu um charme e agradou bastante.
Enfim, é um filme denso, mas que não chega a deprimir, sendo interessante pela proposta e pelo resultado atingido, porém que não recomendo conferir se não estiver num bom dia para refletir sobre tudo o que é mostrado na tela, pois embora pareça bem fácil, ele tem uma pegada mais rica para sentir o que é mostrado e não apenas ver como um passatempo comum. Sendo assim, deixo minha recomendação, e fico por aqui agora, mas hoje acho que ainda vou conferir mais um filme, então abraços e até logo mais.
Enfim, é um filme denso, mas que não chega a deprimir, sendo interessante pela proposta e pelo resultado atingido, porém que não recomendo conferir se não estiver num bom dia para refletir sobre tudo o que é mostrado na tela, pois embora pareça bem fácil, ele tem uma pegada mais rica para sentir o que é mostrado e não apenas ver como um passatempo comum. Sendo assim, deixo minha recomendação, e fico por aqui agora, mas hoje acho que ainda vou conferir mais um filme, então abraços e até logo mais.
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