Pacto Com o Demônio (Leave)

3/15/2024 09:17:00 PM |

Costumo dizer que um terror para soar marcante precisa causar algo no espectador, para que ele seja lembrado, mas ultimamente a maioria acaba brincando mais com o suspense religioso, trabalhando algumas facetas mais simples, e resultando em tramas que acabam perdendo a força na tela, o que não é nada bom. E o longa norueguês "Pacto Com o Demônio" segue bem essa ideia simples e não efetiva que parecia envolver espíritos, mortes e tudo mais, mas que não vai além, de tal forma que a primeira parte da trama acaba sendo até bem cansativa e sem muitos rumos que empolgue, e já bem próximo ao final que poderia ir para algo, simplesmente tudo se resolve e nada vai além. Ou seja, mediano demais para chamar atenção, mas não sendo tão ruim quanto parecia, apenas esquecível.

Na trama, acompanham-se a história de Hunter White, uma jovem que foi abandonada ainda bebê em um cemitério envolta em um pano com estranhos e misteriosos símbolos. Tentando desvendar este mistério sobre sua vida, a jovem procura qualquer informação sobre suas origens. No entanto, a jornada que deveria lhe trazer clareza sobre seu passado se mostra intimidadora após estranhos eventos acontecerem à sua volta. Logo, White descobre que uma perigosa força espreita sua vida, impedindo-a de achar suas próprias respostas.

Diria que o diretor Alex Herron pegou uma trama que poderia ter sido melhor explorada, mas que já no próprio texto do roteirista Thomas Moldestad não tinha grandes inflexões, e assim acaba sendo algo mais de busca do que uma trama que cause algo realmente no público, porém dava para que ele eliminasse mais cenas do começo e trabalhasse mais o segundo ato, pois ali sim tinha conteúdo para brincar na tela. Porém isso são opções que nem sempre fluem bem no desenvolvimento, e assim sendo o filme acaba entregando algo fraco que parece sem vontade para terminar melhor.

Quanto das atuações, diria que também faltou um pouco mais de expressividade por parte da protagonista Alicia von Rittberg com sua Hunter, pois entrega trejeitos apáticos e sem muita intensidade, aonde acaba não conquistando o público, e fazendo os tradicionais clichês que acabamos até torcendo contra ela, e assim não consegue segurar a trama para si. O jovem Herman Tømmeraas fez com que seu Stian parecesse meio lunático, mas sem entregar o motivo, e isso acaba não indo muito além. Já Stig R. Amdam mostrou bem a loucura de seu Torstein nos olhares iniciais, e próximo do fim já botou fogo na tela, então valeria ter explorado mais sua história. Ainda tivemos Ellen Dorrit Petersen com sua Cecilia meio como uma interlocutora para a protagonista, mas não fluindo tanto quanto poderia, Morten Holst trouxe para seu Kristian alguém que também valeria ter desenvolvido algo a mais, mas todos ficaram bem em segundo plano na trama, sem ajudar muito no resultado final.

Visualmente ficou parecendo que na Noruega só chove, pois todas as cenas são com uma chuva bem falsa ao fundo, com a casa misteriosa sem grandes chamarizes, mas de cara já dava para saber que tinha algo atrás da porta, então ficamos na esperança e até entregam algo ali nos atos finais, porém como é um longa de terror dava para ter valorizado mais os fantasmas e a nevoa, o que ficou meio que jogado apenas.

Enfim, faltou um pouco de cada coisa para que o filme fosse mais além e chamasse atenção como deveria, de tal forma que passou longe de ser um terror que causasse algo, e como suspense também não foi muito longe, então classificaria ele como um drama que tem umas leves pitadas tensas, mas que não dá para recomendar muito não. E é isso pessoal, vou para mais uma sessão agora, então abraços e até logo mais.


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