Ao dar uma pesquisada sobre o diretor James Hawes, vi que esse não é o estilo tradicional de produtos que faz, já que faz mais séries e filmes para TV de terror, suspense e ação, então pegar um roteiro dramático baseado no livro da filha do protagonista, Barbara Winton, é algo que tem que ter muita coragem, e o melhor é que conseguiu captar bem a ideia para que seu filme tivesse estilo, mostrasse tudo, e principalmente sem ficar enrolando, colocando diretamente tudo o que era necessário mostrar sobre o personagem nas suas duas fases, e deixando que a dinâmica em si falasse sozinha, e assim sendo o resultado acaba soando bonito e sem ficar forçado, já que dava para ser ainda mais emotivo, dava para ser uma trama mais seca, mas escolheram o melhor ponto para tudo e acabou agradando bastante. Claro que gostaria de saber mais sobre o personagem principal, sua vida e tudo mais, mas acabaria enrolando muito, então melhor aceitar esse formato e ficar feliz.
Quanto das atuações, um ponto que ficou muito bom na tela foi a escolha dos dois protagonistas, pois Johnny Flynn e Anthony Hopkins não são tão parecidos no mundo real, mas seus olhares são bem densos e chamativos, de tal forma que com a caracterização vemos em Flynn uma versão jovial aceitável de Hopkins, e isso deu muito certo, claro que os milhões de anos de atuação de Anthony Hopkins é algo que ninguém consegue lhe tirar, e daqui 19 anos já irá conseguir alcançar a idade do verdadeiro Nicholas Winton, e mostrar que também é um homem que precisa ficar entre nós, pois sabe demais de como segurar a trama para si, e com bem pouco cativar na tela, já Johnny Flynn precisou trabalhar bem mais, correr para diversos lugares, conversar com diversos nomes para conseguir os pais adotivos, as listas, passaportes e dinheiro para trazer as crianças, sendo bem expressivo e agradando bastante na tela. Ainda tivemos grandes cenas com Helena Bonham Carter não sendo esquisita como costuma ser, mas tendo alguns estilos diferenciados para sua Babette imponente e cheia de personalidade, tivemos Lena Olin bem encaixada como a esposa do protagonista dando um bom suporte para ele, entre muitos outros que deram o tom e chamaram a responsabilidade em suas cenas, mesmo sendo apenas apoio para tudo.
Visualmente a trama é bem intensa, mostrando vários ambientes em 1938 com os refugiados em Praga, com um tom bem escuro e sujo, mostrando pessoas na rua, com o inverno apenas começando em barracas, com pouca comida e tudo de uma forma bem representativa, tivemos um pouco do escritório aonde os membros voluntários se juntavam na cidade para montar todas as listas e documentos, com muita bagunça "organizada", vemos as plataformas de trens saindo com as crianças da cidade e chegando em Londres numa aglomeração bem trabalhada, vemos alguns atos no Ministério de Imigração com a mãe agindo bem, vemos a casa de família rica do jovem e também do senhor, que seguiu acumulando tudo e tendo muita bagunça em seu escritório, e claro as cenas no auditório já em 1987 de um programa de TV com plateia e tudo mais do estilo, sendo algo bem cheio de detalhes que funcionaram bem para agradar e chamar atenção.
Enfim, é um filme que funcionou demais no formato desenvolvido, ambas as épocas não ficaram jogadas nem corridas, sem enrolação alguma, mas que tiveram o tempo exato para conseguir emocionar bastante e agradar a todos que forem conferir, que só não darei a nota máxima por desejar conhecer mais do personagem em si, que valeria uns 10 minutinhos a mais, mas não é nada que atrapalhe a experiência. Então fica a indicação perfeita para todos, e fico por aqui hoje, voltando amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.
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