Zona de Risco (Land of Bad)

3/01/2024 01:11:00 AM |

Demorei para entrar no mundo dos filmes das plataformas de streaming, mas quando entrei no começo da pandemia dei play em tantos filmes iguais que por vezes até pensava estar vendo o mesmo filme (sorte que anoto os nomes, e escrevo aqui para não achar que estava ficando maluco), e um estilo que gostam bastante de produzir é o famoso ação de guerra genérico, aonde alguém vai em algum lugar enfrentar um líder qualquer ou resgatar alguém e acaba preso virando um caos para tentar salvar o cidadão desastrado, e sem dúvida alguma "Zona de Risco" é um exemplar que entrega exatamente a mesma ideia, ainda colocando a "ajuda" em terra num setor de comando de drones bem bagunçado. Ou seja, não chega a ser um filme ruim, mas dava facilmente para melhorar muita coisa para que fosse algo mais impactante, que criasse uma desenvoltura mais chamativa dos personagens de campo, ou quem sabe algo mais explosivo realmente como acaba acontecendo nas cenas finais, pois tudo parece muito fácil, tudo tem sacadas e piadas jogadas para todos os lados, de tal forma que parece que não estavam levando o longa a sério e tinham que entregar algo para o estúdio. Ou seja, é o famoso filme que serve de passatempo, mas que dá para ficar bem bravo com toda a entrega, principalmente se não usar os diálogos toscos como sacadas duplas para tudo o que acontece em cena.

A sinopse nos conta que um piloto de drone das Forças Aéreas é a única esperança de uma força-tarefa presa em uma emboscada. Cercados pelo inimigo em um território remoto nas Filipinas, a única chance de sobreviverem está nas mãos de Reaper, um piloto de drone, e Kinney, um jovem oficial da aeronáutica. Eles têm 48 horas para resgatar os soldados antes que esta missão vire um verdadeiro desastre.

Diria que o diretor e roteirista William Eubank falhou em colocar situações espalhadas demais em seu filme, pois dava para o longa ter um tom mais sério, dava para ir mais a fundo na profissão de pilotos de drones de guerra, dava até para tentar explicar mais as funções táticas de alguns tipos de profissionais do exército e aeronáutica, mas optou por algo mais descontraído e contando com um orçamento bem fechado acabou não entregando algo fluido que chamasse atenção, parecendo faltar para ele conhecimento de muitas situações, o que acabou acontecendo de forma bem semelhante em seu penúltimo longa, "Ameaça Profunda", e olha que fugi do último dele, então nem vou dizer que melhorou muito, ao menos não se perdeu no que desejava mostrar, mas volto a frisar que dava para focar em tantas situações que ele se perdeu entre um jogo e desejos de uma grávida vegana. Ou seja, diria que faltou pulso para colocar algo melhor em cena, pois até teve atos grandiosos chamativos, mas que não foram muito longe.

Quanto das atuações, diria que o diretor tinha um elenco de muitos atores que já viveram soldados em outros filmes e só precisavam ser bem orientados para que seus papeis tivessem um bom efeito, e isso não aconteceu, pois Liam Hemsworth demorou para engrenar seu Kinney, sendo mais um bom ouvinte do outro protagonista do que alguém disposto a lutar realmente numa guerra, o que acabou ficando meio no ar demais, ou seja, faltou a explosão final dele já nos atos do miolo para que o filme ganhasse ritmo, o que é uma pena, pois sabemos que o ator é interessante. Russell Crowe soube acalmar bem o soldado desesperado do outro lado, mas ficou no meio do caminho entre sua esposa, o general e o soldado abandonado na mata, exagerando demais em trejeitos, e com isso se perdeu demais aonde deveria ser mais colocado com seu Reaper, mas ao menos não saiu do personagem, que já não era algo intenso como de seu costume. Ainda tivemos um Milo Ventimiglia esforçado com seu Sugar, bem disposto a lutar, Ricky Whittle sendo imponente com seu Bishop, e até mesmo o irmão do protagonista Luke Hemsworth tentou ter um bom aproveitamento no começo com seu Abell, mas quem teve um pouco mais de destaque foi Chika Ikogwe como a ajudante de Reaper dando as coordenadas e visões próximas, tendo um fechamento "bonitinho" com o amigo.

Visualmente a trama arrumou uma locação até bem interessante contando com uma boa floresta para as cenas de ação, com morros, cachoeiras, rios e tudo bem preparado para as cenas mais marcantes, uma casa cheia de vidros para quebrar, e cavernas bem rústicas no melhor estilo de uma prisão antiga, e do outro lado da linha uma pequena sala com muitas telas, comandos e manches, e uma sala de TV com um jogo de basquete interminável cheio de soldados a paisana, sem trabalhar nem nada, o que acabou ficando meio estranho. Ou seja, o diretor não valorizou tudo o que a equipe de arte preparou.

Enfim, é o famoso filme passatempo que poderia facilmente ter caído diretamente no streaming que faria um certo sucesso, mas nos cinemas não caiu no gosto do público, e também tem falhas demais para ser algo que valha realmente indicar, então diria que ficou mediano demais para algo que poderia ser imponente. E é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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