Ambientado em um futuro não tão distante, quando uma guerra civil se instaura nos Estados Unidos, vemos uma equipe pioneira de jornalistas de guerra, onde estão Lee e seu colega de trabalho Joel, viajando pelo país para registrar a dimensão e a situação de um cenário violento que tomou as ruas em uma rápida escalada, envolvendo toda a nação. No entanto, o trabalho de registro se transforma em uma guerra de sobrevivência quando eles também se tornam o alvo.
Costumo dizer que o diretor e roteirista Alex Garland (“Ex-Machina”, “Aniquilação”, “Men – Faces do Medo”) é daqueles malucos que fazem ficções com segundas, terceiras e quartas intenções, que conseguem olhar para algo que possivelmente vai acontecer futuramente, mas que gostam de fantasiar o realismo para que ele fique vendável como uma ficção deve ser, afinal de boas histórias reais já temos documentários, biografias e tudo mais, então quando se vai embarcar em algo que não aconteceu, a pegada tem de ser tão bem colocada que não se falseie tanto para ficar fora da casinha, mas que também surpreenda com algo que pareça tão realista ao ponto de imaginarmos isso acontecendo realmente. Ou seja, ele pegou todo esse mundo conflitivo que temos de pessoas polarizadas, com brigas políticas e muito mais, aonde vemos separatistas, pessoas malucas e claro pessoas que acham que nada está acontecendo, botou num vértice maior, e contou a história pelo olhar dos jornalistas, que caíram tão bem dentro de tudo, tendo desde frieza até surtos com as coisas que ocorrem, que não poderia ter uma homenagem mais positiva do que essa pelo diretor para esses doidos que tão vendo o cara tomando tiro e está ali atrás para pegar o melhor ângulo do conflito.
Quanto das atuações, Kirsten Dunst costuma entregar em seus filmes alguns personagens bem fora do comum, e por vezes não consegue fazer com que os espectadores se conectem a ela, porém sua Lee é a famosa jornalista que vemos fotos e reportagens tão perfeitas, com cliques únicos que facilmente poderíamos enumerar vários conhecidos no mundo atual, mas a frieza envolvida em trejeitos fortes e diretos que conseguiu colocar para a personagem foram algo que não tem como não se conectar, trazendo ela para o nosso lado e sentindo cada expressão sua na tela, ou seja, perfeita. Nosso querido brasileiro Wagner Moura entregou para seu Joel uma personalidade leve, descontraída, porém bem precisa de estilo, aonde vemos ele tão perfeito em cena que não temos como não falar que é uma pessoa do meio jornalístico ali, que sabe aonde quer chegar (no caso a entrevista com o presidente), e que tendo muita parceria com os demais consegue segurar a trama para si, fora alguns atos que foram bem difíceis de fazer como já disse em algumas entrevistas. Outra que deu tudo de si e caiu como uma luva na personagem foi Cailee Spaeny com sua Jessie, inicialmente meio que perdida com o que desejava fazer, mas nos atos finais da trama se jogou por completo e surpreendeu ao se encontrar perfeitamente, chamando a atenção e comovendo na medida certa. Ainda tivemos Stephen McKinley Henderson fazendo alguns atos bem chamativos com seu Sammy bem encaixado nos atos da trama, mas sem dúvida quem entrega uma das cenas mais tensas da trama foi Jesse Plemons como um miliciano que fez metade do elenco se borrar de medo em todas as entrevistas dadas pelos protagonistas.
Visualmente já falei que vale demais conferir nas maiores telas que sua cidade tiver, pois a trama foi filmada em Imax, então a perspectiva de imersão mesmo sem ser um longa 3D é gigantesca, colocando você bem no meio da guerra, vemos muitos soldados, tanques, carros, aviões, helicópteros, cidades devastadas, tiros de todos os calibres e estilos, muita destruição, corpos espalhados pelo chão, pendurados como prêmios, em valas aos montes, e até cidades no meio do caminho parecendo que nem estão sabendo da gigantesca guerra pelo país, isso claro num road-movie num carro de imprensa tradicional, com os protagonistas munidos de câmeras imponentes e acampando no carro, em acampamentos e tudo mais. Ou seja, um trabalho gigantesco da equipe de arte, que conseguiu recriar algo que não gostaria de ver realmente acontecendo de forma alguma.
Enfim, é um tremendo filmaço, que na tela ficou incrível de ver, sendo daquelas obras que mesmo não sendo perfeitas, pois dava para ser ainda mais pesado, e mesmo vendo tudo acontecendo, faltou emocionar o público também, e não apenas os personagens, porém ficará na nossa memória e certamente quando tiver um tempo será bacana revisitar, claro que apenas num filme, afinal jamais gostaria de ver algo desse estilo de perto. E detalhe, veja nos cinemas, pois é o estilo de filme que em sua casa provavelmente você irá pausar em alguns momentos e perderá a essência pesada da trama, além claro de toda a explosão técnica perfeita de ficar no meio da guerra com o som explosivo das salas, então fica a dica para todos. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.
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