Pode parecer loucura, mas posso dizer que vi todos os longas do diretor Hsu Chien Hsin, e tirando as boas partes aqui que já citei, posso enaltecê-lo como co-diretor de "Veneza" e "Quem Vai Ficar Com Mário?", enquanto seus demais trabalhos são difíceis de encarar para ser bem bonzinho com as palavras, mas vi que dentre suas direções também tem curtas que parecem bem interessantes, ou seja, talvez ele seja um bom diretor de curtas que acaba se perdendo quando tem um orçamento gigante para cumprir e precisa "enfeitar o doce" para que ele fique mais vistoso do que gostoso, e assim sendo posso até estar sendo repetitivo, mas nesse seu novo trabalho o começo me fez rir, me fez relembrar o período insano que tivemos em 2020 trancados em casa, e até foi bacana ouvir os conselhos emocionais pela voz de um humorista de profissão que sempre reclamei de forçar a barra, falando em um tom sério e funcional, ou seja, comecei o filme pronto para atirar 200 pedras e estava já colocando todas elas na caixa para levar embora quando o filme sai de São Paulo e vai para Maragogi, pois aí meus amigos, é esquete em cima de esquete, bagunça em cima de bagunça e volta o diretor que conheci em seu primeiro e traumático filme "Ninguém Entra, Ninguém Sai", que se não tivesse um bom texto eu teria dado um belo 0. Ou seja, posso dizer que quase vi dois filmes hoje, e assim sendo a nota ficará bem no meio do caminho, e a culpa posso dizer que é do diretor.
Quanto das atuações, vou começar falando sem ser das protagonistas, pois como já disse no começo me surpreendi com Nelson Freitas fazendo um papel mais centrado e emocional com seu Carlos, pois já até tinha elogiado ele pelo que fez em "Eike - Tudo Ou Nada!", porém lá ele fez um personagem sério, porém ainda cheio de ginga e com exageros que sabemos que o verdadeiro personagem tinha, mas aqui com algo próprio ele deu nuances, soube ser comovente, e principalmente não precisou exagerar em nada para que ficasse perfeito, ou seja, agradou demais. Já falando das protagonistas, Mônica Carvalho conseguiu segurar um tom mais bem colocado para sua Sara, tendo claro algumas nuances fora do eixo, porém sendo a mais centrada das personagens, tendo trejeitos interessantes e até uma pegada mais direta com a proposta do início; já Michele Muniz trouxe o ar mais exagerado e por vezes até um pouco forçado para que sua Leia parecesse engraçada, sempre dependendo da história para com o ex-marido para funcionar, fazendo caras fechadas e até emburradas que não combinaram com a personalidade da atriz, e que dava para ir até por outros rumos; e claro Danielle Winits que já me disseram ser excelente nos palcos, mas que nas atuações de cinema parece sempre estar em outro filme, menos no que está fazendo, de tal forma que aqui sua Lia até tenta ter uma pegada boa, principalmente nos atos com Nelson Freitas, mas que ao estar com as garotas se perde na personagem. Ainda tivemos uma Luiza Tomé zen com sua Nahimana, André Mattos sempre forçado com seu Eucleciano e Henry Castelli fazendo um professor de Ioga sedutor que estão nas partes difíceis de ver do longa, então não conseguiram ir muito além.
Visualmente a trama tem todo um primeiro ato apertado em uma quitinete, com algumas poucas saídas para um mercado, para uma reunião de condomínio individualizada e pelo apartamento do síndico, tudo bem recheado de elementos cênicos funcionais que agradaram bastante, mostrando toda uma preocupação da equipe de arte para representar bem o momento, depois vamos para a belíssima Maragogi, com um resort paradisíaco do Caribe brasileiro, aonde venderam bem o local pelo visual e conseguiram mostrar bem como alguns hotéis ficaram totalmente quase sem hóspedes para pouquíssimos clientes na pandemia, mas só, tendo um bar, uma cantora e sua banda, e alguns atos em quartos, aproveitando sempre para mostrar o belo mar, as belas praias, e um ou outro detalhe nas esquetes espalhadas, o que acabou não fluindo.
Enfim, como já disse posso dizer que a trama teve dois filmes totalmente diferentes, um primeiro que facilmente dou nota 8, pois foi brilhante e gostoso de ver, enquanto o outro eu me seguro para dar uma nota 2, pois foi completamente jogado, o que acaba sendo uma nota média até melhor do que já dei para muitos outros longas do diretor, mas que confesso que dava facilmente para transformar a trama em algo fora do comum sem precisar apelar como fizeram no miolo. Então digo que recomendo ver o longa para relembrar o caos que foi a pandemia e tirar algum proveito dali, mas depois se sobreviver ao miolo, o longa fecha bem, então fica a dica para a estreia nos cinemas no próximo dia 04/04, e deixo aqui o agradecimento para o pessoal da Pipa Filmes e da Imagem Filmes pela cabine de imprensa. Então abraços e até logo mais com mais dicas, que nessa semana tem muitas estreias e cabines.
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...