segunda-feira, 1 de abril de 2024

Netflix - Jogo Bonito (The Beautiful Game)

Já disse outras vezes que gosto bastante de longas esportivos justamente pela entrega de muitas lições morais bem encaixadas que por vezes não caem bem em outros estilos cinematográficos, mas nem sempre dá para ficar 100% feliz com o estilo, por trabalharem só as morais e esquecerem que precisam colocar também um pouco mais de história para convencer quem não vai conferir só um filme motivacional. Dito isso, o longa que estreou na Netflix, "Jogo Bonito", entrega uma trama até que bem envolvente, mas que funciona mais como um passatempo motivacional, e claro uma síntese rápida do que é a Copa do Mundo de Futebol dos Sem-Teto, que desde 2003 vem trazendo essa inclusão social para muitos moradores de rua, porém dava para terem trabalhado um pouco mais todo o envolvimento dos personagens, dado algumas nuances mais emotivas, e até não ter corrido tanto com os jogos, pois o filme acabou sendo um pouco curto demais com a dinâmica mais corrida, e assim sendo não foi tão longe quanto poderia. Claro não é algo que seja jogado fora, que tem seu gracejo, mas poderia ter ido muito mais além.

A sinopse nos conta que liderado pelo técnico Mal, o filme acompanha o time de futebol em sua viagem de Londres a Roma para a Copa do Mundo dos Sem-Teto. No último minuto, eles decidem trazer consigo o talentoso atacante Vinny, mas ele deve enfrentar seus próprios problemas e seu passado promissor para ajudar o time e seguir em frente com sua própria vida.

A diretora Thea Sharrock ganhou muita fama em 2016 com o romance dramático "Como Eu Era Antes de Você", e aqui ela tentou comover com algumas histórias de vida junto de claro um futebol não tão primoroso já que a maioria que estava ali não era profissional da bola, mas conseguiu criar as histórias com um formato rápido, dinâmico e bem colocado, que embora não seja algo que vá chamar tanta atenção consegue ser interessante e funcionar como um passatempo bacana e bem colocado. Claro que poderia ser bem mais emocional, ir mais a fundo nas histórias de cada um e nem precisaria tanto dos jogos, mas a proposta era disseminar bem o campeonato que não é tão conhecido, e assim sendo funcionou ao menos no que se propôs.

Quanto das atuações, sempre é bem bacana ver Bill Nighy nas telas, pois ele é o estereótipo máximo de um britânico nato, cheio de classe e elegância, que procura as palavras para falar tudo, e seu Mal é daqueles todo certinho e que consegue chamar atenção, até entrar na quadra, aí é xingamento e estouro pra todo lado e em 5 jogos conseguiu duas expulsões, ou seja, sempre trazendo boas nuances para seus personagens e conseguindo cativar. Por toda a banca entregue com a bola, confesso que não lembrava de Micheal Ward como ator, mas sim que fosse um jogador de futebol profissional realmente com seu Vinny, mas agora vendo sua filmografia já elogiei bastante seu estilo, ou seja, ele aprendeu a jogar bem futebol ou usou um bom dublê de corpo para seus atos jogando, pois marcou bem em cena, e jogou uma marra lá no alto com seu jeitão briguento. A principal base é entre os dois, mas ainda tivemos bons atos com Callum Scott Howells com seu Natham simples e carismático, tivemos o meio doidão Sheyi Cole com seu Jason, tivemos ainda Robin Nazari com seu Aldar cheio de estatísticas, e até mesmo Kit Young bem colocado com o estilo mais fechado de seu Cal, mas quem chamou mais atenção fora dos times foram Valeria Golino como a organizadora italiana do campeonato e Susan Wokoma como a freira treinadora do time da África do Sul, ou seja, pegadas bem diferentes entre todos na tela.

Visualmente a trama focou bastante na pequena quadra, e no hotel simples aonde ficaram as delegações, mas também mostrou muitos pontos turísticos de Roma, aonde alguns sequer iriam conhecer, mas que foram vivenciar os momentos, dando destaques claro para os senhorzinhos do Japão bem simples, pela alegria do pessoal da África do Sul e a garra das garotas dos EUA, cada um bem determinado que você pode até estranhar eu estar colocando aqui na parte visual, mas que funcionaram mais como alegorias mesmo do que como personagens para a trama, e assim acabaram sendo bem usados para representar as multi-facetas que é um campeonato mundial, com suas diferenças e atrativos dentro de uma cidade. De tal forma que a equipe de arte fez bem o básico, provavelmente filmando durante uma das competições reais, e agradou sem errar.

Enfim, é um filme bem básico, que talvez muitos nem vão pensar em dar play por envolver futebol, mas que vale como um bom passatempo e claro apresentar essa competição que muitos nem nunca ouviram falar, e assim ver esse estilo de inclusão social bem colocada na tela de um modo simples e cativo. E assim sendo fica a dica para todos, e eu fico por aqui hoje, então abraços e até logo mais.


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