Netflix - Pica-Pau: As Férias no Acampamento (Woody Woodpecker: Goes to Camp)

4/16/2024 12:39:00 AM |

Ainda estou pensando quem em sã consciência acha que filmes de acampamento infantil bobinhos com provas e sabotagens ainda funciona na tela, de tal forma que não bastasse isso ainda colocassem rixas familiares tão ingênuas que você fica olhando e pensando em qual classificação etária pensaram quando estavam escrevendo, mas aí você pensa: "Vamos colocar o Pica-Pau, um pássaro atrapalhado que todo mundo gosta de ver, vai funcionar!". E a resposta que dou é que raspou a trave de dormir na metade do longa, pois não engrena. Claro que "Pica-Pau: As Férias no Acampamento" estreou em primeiro lugar na Netflix e deve se manter por lá até na próxima sexta que chega um blockbuster na plataforma, afinal a maioria já viu os desenhos na infância e sabem que mesmo sendo toscos acabam divertindo, mas aqui o resultado conseguiu ficar pior que o longa de 2017, e olha que lá eles se esforçaram para errar ao máximo. Um dos pontos positivos ao menos foi o de colocar mais personagens animados e conhecidos na produção (Leôncio e Zeca Urubu), mas ainda assim a trama é exageradamente boba pelos personagens humanos, e isso acaba sendo irritante de ver na tela.

A sinopse nos conta que Pica-Pau foi expulso da floresta em que morava e agora precisa achar um novo lar. Na sua busca, ele encontra um acampamento Woo Hoo, que é perfeito para fazer sua nova morada, mas há um inspetor à solta querendo fechá-lo. Pica-Pau agora terá de enfrentar esse inspetor para salvar seu novo lar, e lugar de diversão para várias crianças e jovens, com ajuda de amigos.

Nem precisava pesquisar muito para ver que o diretor Jonathan A. Rosenbaum fez muito mais séries do que filmes em sua carreira, e principalmente séries infantis e juvenis, ou seja, tem em sua proposta sempre encaixar suas tramas nesse nicho, porém a Netflix acreditou demais na trama e deu para ele algo até com uma ambição maior que o filme de 2017, só que acabou não acontecendo, pois ele entregou um longa simples demais, com uma ideia batida que já não agrada mais ninguém, e com uma pegada que acaba não convencendo na totalidade. Claro que alguns vão se divertir por gostar do personagem e de longas que são mais simples em si, porém dava para ter ido mais além, pois conseguiram fazer o principal, que era dos personagens digitais terem textura e formatos convincentes para a proposta e que soassem engraçados como nos desenhos, e digo até mais, se o filme focassem mais neles, do que na criançada, e nem colocassem os adultos em cena, o resultado seria muito melhor, pois todos fizeram caras e bocas tão bobas para seus personagens que chega a dar pena dos atores, sendo algo bem do estilo: "o que estamos fazendo por um cachê!".

E já que comecei a falar das atuações, iniciei o filme vendo dublado para ver se eram as mesmas vozes antigas, mas como não estava algo tão tradicional depois mudei, e claro que vi que o dublador original no país do personagem, Luís Manuel, já morreu tem dois anos, mas Claudio Galvan não fez feio, e entregou um Pica-Pau bem colocado e sacado, sendo atentado, maluco, mas cheio de ideias e loucuras que acaba sendo divertido de ver na tela. Outro personagem que acabou caindo muito bem na tela foi o Zeca Urubu, que realmente parecia quase uma pessoa em cena mesmo, tendo formas interessantes, e loucuras com boas cenas e uma voz bem marcante de Reginaldo Primo. E ainda tivemos alguns atos mais espaçados do gigante Leôncio, claro bem dublado por Guilherme Briggs, sendo mais um juiz dos jogos, fazendo atos atrapalhados e caindo bem nos momentos de suas cenas. Quanto aos personagens humanos vou me abster de ficar falando muito, pois já falei que foram cenas bem tristes de ver os pobres fazendo, porém a garotinha Chloe de los Santos ao menos entregou uma boa liderança para o grupo.

Visualmente diria que o acampamento foi bem trabalhado, tendo poucos ambientes usados com mais afinco, aonde visitamos com mais frequência a cozinha do outro grupo, uma sala de recreação, um quarto coletivo, e as demais cenas todas feitas na floresta e no campo, tendo claro as provas tradicionais de acampamentos, e claro todos os equipamentos que o vilão acaba recebendo sempre novas armas e traquitanas para tentar sabotar os protagonistas, ou seja, nada muito demais, mas que encaixados com os personagens digitais acabaram funcionando bem na perspectiva, e até tendo alguns atos que talvez funcionaria bem em 3D, mas não temos como saber, já que foi direto para a plataforma de streaming.

Enfim, é um filme que dei play esperando algo a mais, afinal como já disse sempre gostei do personagem na infância, mas já é o segundo filme mal feito do personagem e infelizmente esse conseguiu ser ainda pior que o primeiro no sentido da história, pois como disse nesse ao menos tivemos mais personagens digitais do desenho para tentar salvar o filme. Ou seja, não tenho como recomendar, e confesso que me desapontou demais, então fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.

PS: Acho que fui bonzinho demais com minha nota, pois dava para descer ainda mais, mas como gostei dos personagens digitais vou manter assim pelo menos.


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