O diretor José Eduardo Belmonte já mostrou em outras obras suas que tem potencial, sabe pegar gêneros variados e dar sua cara, e assim sendo já dei notas quase máximas quanto também quase mínimas para suas entregas, porém uma coisa é inegável em seu estilo, ele não deixa um filme mediano, e isso ao meu ver é ser um bom diretor, e confesso que aqui ele pegou o texto de Raphael Montes, que ficou extremamente famoso pelos três filmes da Richthofen, e deu dinâmica para que a trama não ficasse confusa, mas também não ficasse explícita de acontecimentos, e isso é algo que agrada demais em um suspense, pois faz com que o expectador crie teorias na mente, mas também confesso que estava achando que ele finalizaria sem uma explicação coerente para tudo, deixando o longa 100% aberto, o que felizmente não aconteceu, e ainda por cima chocou, pois não era o esperado. Ou seja, com um bom texto e uma boa direção, coube ao elenco não desapontar, e o resultado foi bem trabalhado também por eles.
E já que comecei a falar das atuações, diria que Grazi Massafera conseguiu dar dinâmicas bem marcantes para sua Eva, construiu sua personagem sem ficar como uma maluca completamente absurda, e mais do que isso, tendo um problema já colocado de cara, acabou desenvolvendo os demais atos com uma síntese quase que dupla, o que acaba chamando muita atenção e agradando de certa forma, ou seja, já é o terceiro filme do diretor que atua e mostrou uma evolução incrível. Já o personagem Vicente que Reynaldo Gianecchini entrega é acabou sendo muito fechado de trejeitos, de tal forma que não entrega muito da personalidade, tem alguns atos explosivos estranhos, mas num contexto completo da trama conseguiu fazer um pai interessante, que poderia ter ido mais além, mas que não desapontou. Quanto das garotinhas, diria que tanto Luíza Antunes com sua Sara quanto Juliana Bim com sua Angela foram bem marcantes, com trejeitos simples, porém na medida certa para passar a sensação de uma família que não é bem feliz, mas que tenta parecer bem na foto de comercial de margarina, e nos atos que precisaram interpretar mais não desapontaram. Ainda tivemos alguns bons atos de Guenia Lemos com sua Solange e Maureen Miranda com sua Márcia, mas sem grandes atos para marcar realmente na tela.
Visualmente vemos quase um comercial de margarina na tela, aliás temos duas ou três cenas exatamente como um comercial de margarina com café da manhã todo bonitinho e tradicional de famílias burguesas em um condomínio, vemos muitos atos usando bem câmeras espiãs (claro com resoluções bem melhores para não granular a imagem do filme), algumas cenas dentro de carros, vários momentos mostrando a profissão da protagonista de fazer bonecas realistas com atos bem aterrorizantes nas montagens e detalhes, uma casa antiga do pai da personagem principal meio que abandonada para venda, e claro o ato que abre e fecha o longa mostrando um enterro e uma corrida de carro bem trabalhado na tela.
Enfim, é um filme que me surpreendeu positivamente, que dava para ter ficado ainda melhor se fosse mais rápido nas apresentações iniciais para engrenar logo com o suspense mesmo, mas que não chega a ser algo que incomode, de tal forma que quem curte um bom drama/suspense irá ficar feliz com o resultado final de um longa 100% nacional do estilo, então fica a dica para a conferida à partir de quinta dia 04/04 e eu fico por aqui hoje agradecendo o pessoal da Sinny e da Pandora pela cabine de imprensa, e volto amanhã com mais textos, então até logo mais.
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