A sinopse nos conta que Boris, ex-ativista, vive no subsolo como barman no A Estrela Cadente. Seu passado culpado ressurge quando uma vítima o encontra e quer vingança. O surgimento de um duplo, um sujeito chamado Dom, que vive deprimido e solitário, fornece um plano de fuga perfeito a Boris, sua engenhosa esposa Kayoko e seu fiel amigo Tim. Mas eles não contavam com o surgimento da ex-mulher de Dom, uma detetive desconfiada que vai em busca do paradeiro de Dom.
Diria que os diretores e roteiristas Fiona Gordon e Dominique Abel poderiam ter ficado somente atrás das câmeras e colocado talvez alguns atores mais expressivos para que os papeis principais deslanchassem melhor, pois eles são bons e mostram pegada aqui nessa trama, de forma a ter um teor meio que de suspense, mas com uma jogada mais cômica, porém os atos de encaixe da trama são tão subjetivos que se a pessoa não tiver lido a sinopse talvez nem pegue a ideia de cara, e isso já é algo que acaba sendo bem errado de acontecer, mas vamos aos pontos positivos, que a trama consegue sem precisar de muitos diálogos criar situações cômicas, que até deu um certo charme para o que desejavam proporcionar, porém faltou usar disso para que o filme ficasse realmente engraçado e/ou com um certo suspense mais tenso, o que acaba não acontecendo, e resultando num final simples demais para algo que pedia mais.
Se no longa anterior elogiei a forma solta que Fiona e Dominique entregaram para seus personagens, aqui ela ficou tão em segundo plano que quase não tem importância o que faz em suas cenas, e isso pesou bastante já que sua detetive parece mais cansada do que ativa na procura pelo marido, enquanto ele fazendo dois papeis como Dom e Boris até trabalhou bem alguns trejeitos, conseguiu soar diferente de personificação, mas não chamou para si a responsabilidade da trama, e isso acabou pesando também no resultado final. Já Kaori Ito se entregou bem para sua Kayoko, brincando quase que de forma coreografada com danças, tendo personalidade e intensidade de movimentos, e fluindo bem com o que sua personagem precisava fazer. Da mesma forma Philippe Martz trabalhou seu Tim com um tom mais fechado, mas bem coerente nas situações que precisava se jogar, caindo bem no que a ideia era colocada. Ainda tivemos Bruno Romy com um Georges meio forçado apenas atirando e correndo de um lado pro outro com seu braço mecânico girando para ângulos meio que irreais, mas ao menos fez o que o papel precisava.
Visualmente o longa tem um ar charmoso e bem colocado que remete bem alguns filmes mais antigos, tendo o bar simples aonde os protagonistas moram no andar superior, tendo também um porão sem muitos detalhes, um cemitério, muitas cenas dentro do carro, e um escritório da detetive, tudo sem muitos elementos cênicos marcantes, mas com nuances claras para serem representativas dentro da ideia, da sacada das manifestações na rua, e também da mudança de personagem entre os protagonistas, tudo com muita cor e charme, mas sem que funcionasse como algo mais cômico como o filme precisaria ser.
Enfim, é um filme simples que tinha uma proposta de entregar algo divertido, mas que não foi muito além, entregando alguns atos mais forçados e absurdos do que situações charmosas como o estilo pedia, de forma que alguns até vão rir de alguns atos, mas de forma geral não vai muito além, o que é uma pena. Ou seja, recomendo ele mais para quem curte comédias com uma pegada mais séria (o que pode até parecer estranho falar) que aí talvez entrem mais no clima completo do longa. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.
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