A sinopse nos conta que Liam, um jovem escritor, aceita ansiosamente um cargo de tutor na propriedade familiar de seu ídolo, o renomado autor J.M. Sinclair. Mas logo Liam percebe que está preso em uma teia de segredos de família, ressentimento e retribuição.
Depois de muitas (mas muitas mesmo) séries, a diretora Alice Troughton resolveu atacar com um longa metragem, e como já disse, um dos melhores gênero para se iniciar é o suspense, pois se você amarrar bem toda a história e ir dando migalhas para o público, quando você apresentar o desfecho já estarão satisfeitos e tudo funcionará muito bem, ou então dar uma bela quebra e surpreender com um final inesperado que acaba dando rumos bem diferentes, e ela conseguiu brincar bastante com a trama, dando as devidas nuances com o andamento do roteiro, encontrou olhares e sacadas bem dispostas, só talvez não necessitasse quebrar o longa em capítulos como em um livro, pois a montagem conseguiria desenvolver isso com apenas alguns cortes, que acabaria resultando em algo mais fluido, mas ainda assim soube dosar os momentos para que o público pegasse bem a linha que ela queria.
Quanto das atuações, Daryl McCormack fez de seu Liam um professor centrado demais, regular, sem grandes nuances, que vai movimentando a casa com as sacadas bem encaixadas, mas sem grandes explosões, como poderia e deveria ter feito, pois mesmo sendo um filme britânico, acabou sendo polido demais até para uma trama britânica, de forma que faltou pegar o papel e soar grandioso com ele, como talvez ficou no fechamento, ou seja, faltou pressão no personagem. Já Richard E. Grant entregou para seu J.M. Sinclair a arrogância em nível máximo, rindo com pose, desdenhando do jovem escritor, mas quando as coisas saem do eixo também se jogou e expressou potência, o que fez dele quase tão mais protagonista que o jovem, e isso deu uma certa quebra na trama. Julie Delpy conseguiu ser bem cheia de artimanhas e sedução com sua Hélène, trabalhando olhares e dinâmicas de uma forma séria, mas bem dosada de estilo, não soando artificial um segundo que fosse, o que deu um tom marcante para a trama. E por fim ainda tivemos Stephen McMillan bem simples com seu Bertie, sabendo trabalhar olhares e ensejos meio que de desdém num primeiro momento, mas depois de muita conexão com o protagonista, demonstrando bem o envolvimento completo na trama.
Visualmente a trama foi bem rica numa mansão isolada com lago, casas de visitas e toda uma ambientação bem fechada para conectar quartos e ambientes dentro do requinte da família, mostrando uma biblioteca bem organizada e obras de arte chiques para mostrar a riqueza que muitos nunca terão, e a equipe de arte conseguiu direcionar bem toda a diferença entre um livro escrito a mão de um no computador, além de belas cenas com tudo sendo jogado no lago e as letras sumindo, ou seja, um trabalho simples, porém bem elaborado cenicamente.
Enfim, é um filme com uma certa pegada, bem colocado dentro de uma história simples, que não diria ter uma reviravolta tão chamativa quanto poderia, mas que funciona e envolve o público como um bom suspense deve fazer, e sendo assim vale a recomendação de conferida. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.
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