Não sei se já falei isso sobre o diretor Hsu Chien Hsin, mas ele exagera demais na quantidade de produções que faz, de tudo quanto é tipo, forma, estilo e construção, de tal maneira que não vemos uma identidade dele em nenhum filme seu, e detalhe se não houver mudanças nas programações, semana que vem estreará dois filmes seus, ou seja, vai estar bastante ocupado nos próximos dias, mostrando que sabe fazer cinema, mas que ainda anda num ritmo quase de uma empresa de propaganda que topa qualquer parada sem pensar em criar realmente. Claro que aqui ele saiu completamente do eixo cômico forçado que mais costuma entregar, e diria que mostrou muito mais serviço ao não recair para um lado novelesco, porém ainda dava para adoçar mais o longa, dava para ter algumas quebras mais emocionais, e até o romance ter uma pegada maior sem precisar forçar na garota invejosa que fica na janela o dia todo, mas aí talvez não funcionaria. Ou seja, dei a bronca no diretor, mas confesso que ele se esforçou em fazer uma trama que cativasse e mostrasse algo sem pré-conceitos, pois dava para ir para vários rumos, agora é ver como a juventude atual vai se enxergar para curtir ou não a trama, pois os adultos não diria que vai pegar tanto.
Quanto das atuações, precisam parar de querer dar voice-over (a famosa voz do pensamento) para todo personagem que Giulia Benite faz, pois já está virando uma marca sua, e depois vai ser difícil de tirar dela, e aqui sua Luana até teve alguns gracejos bem colocados, ficando bem encaixada na idade que a personagem entrega, conseguindo puxar um pouco de carisma para si, mas sem grandes cenas marcantes. Da mesma forma Vitor Figueiredo foi bem encaixado dentro do que seu Hugo precisava fazer, tendo um ar de galã já em seu primeiro trabalho no cinema, só não colocaria 15 anos para ele, mas soube também ser gracioso e convenceu sem precisar forçar. Quanto dos adultos, diria que tanto Marcos Pasquim quanto Carina Sacchelli ficaram meio que perdidos quanto deveriam entregar personalidade para seus Fábio e Antônia, mas foram cômicos sem forçar ao menos, e isso já faz valer na tela.
Visualmente a base do longa é a casa da família numa fictícia cidade de nome difícil que já nem lembro como escreve, mas que foi gravado em Porto Alegre e Nova Petrópolis, então são paisagens já bem conhecidas, mostrando algo meio afastado do mundo tradicional dos jovens, com os famosos vizinhos se metendo na vida alheia, de forma que a equipe de arte brincou com o lance das estrelas e de ve observar usando luneta e telescópio, mostrou um pouco de algumas rixas de skate, trabalhou bem pouco o ar escolar já que o filme se passa nas férias dos jovens, mas brincou com o mundo da gastronomia fit versus açúcares, e até colocou um concurso de talentos simples, mas bem feitinho.
Enfim, é um filme que como disse no começo não sei se vai pegar tanto a garotada, talvez dê um leve movimento com os fãs da Giulia que são muitos, mas a faixa de jovens mesmo de 13-17 que aparentemente era a escolha da produção não tem muito o chamariz, já para o público mais velho talvez se veja um pouco na sua juventude na tela, mas sem também ir muito além, ou seja, faltou um foco maior, principalmente sabendo que essa idade hoje é mais tecnológica e não tem mais tanta pegada romântica para querer se espelhar. Então fica a dica para quem curte esse estilo conferir o longa nos cinemas à partir do dia 23/05, e eu fico por aqui agradecendo o pessoal da Paris Filmes e da Palavra! que disponibilizou a cabine para conferir ele, então abraços e até logo mais.
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