Por Trás Da Verdade (The Good Mother)

5/29/2024 02:02:00 AM |

Sempre digo que gosto muito mais de ficções do que tramas documentais, pois dá para permear a nossa mente com algo mais imaginativo e cheio de inflexões que sabemos que não são tão tradicionais, porém algumas tramas nos entregam vértices tão próximos de uma realidade que acabamos envolvidos com a ideia toda. E com o longa "Por Trás da Verdade" vemos uma mãe que expulsou o filho de casa por causa do envolvimento com drogas, acaba conhecendo um pouco mais desse mundo junto da namorada dele, quando acaba assassinado na rua, e conforme entra mais nas ideias todas acaba vendo que nem tudo o que aparentava ser bonito era realmente, e isso é uma realidade que muitas mães veem quando tentam tirar ou acabam descobrindo da pior forma possível tudo o que envolve nesse mundo das drogas, sendo que o longa até tem alguns atos meio que incoerentes e que davam para ter dado uma lapidada para não parecerem tão abstratos, mas de certa forma quem tem algum parente ou amigo nesse mundo irá ver que não é só quem é usuário que vive da grana das drogas.

O longa conta a história de uma jornalista chamada Marissa Bennings, que, depois de ter um de seus filhos assassinado, decide se unir à namorada do rapaz para encontrar os responsáveis pelo crime. Aos poucos, elas vão encontrando pistas que ligam o jovem a um mundo de drogas, corrupção e segredos que colocarão as vidas delas também em risco.

Por incrível que pareça não vi o longa anterior do diretor Miles Joris-Peyrafitte, e olha que já passei por ele algumas dezenas de vezes na minha lista da Amazon Prime Video, e agora vou dar logo mais uma chance para ele, pois vi que tem pegada e sabe conduzir bem com um estilo próprio, afinal o longa aqui dava para seguir dois caminhos, um mais aberto e investigativo de cara, ou um mais com uma mãe que é escritora criando sua própria história nos caminhos mais obscuros por onde seu filho passou antes de morrer, e a grande sacada do longa é a forma que o diretor desenvolve isso usando como base a namorada drogada do rapaz que está grávida, e suas nuances conforme vão sendo trabalhadas. Claro que o filme poderia ter sido melhor lapidado e criado alguns atos mais emocionantes, porém o ponto de virada foi crucial para que a história ficasse intensa, e a reviravolta que isso causou quando a outra mulher acha o elemento traz um outro filme nos momentos finais, e se isso tivesse acontecido bem antes, o filme seria espetacular.

Quanto das atuações, chega a ser engraçado ver como Hilary Swank foi mudando seu jeitão de interpretar durante os anos, pois se antes era meio que displicente e explosiva, agora ela entrega trejeitos mais amplos e reflexivos para suas personagens, e aqui sua Marissa tem um estilão seco de emoção e consegue nos conectar bem com isso, de tal forma que não vemos atos em que ela sai para frente de tudo, mas ao mesmo tempo domina bem seu ambiente agradando com estilo. Olivia Cooke também entregou uma mulher bem diferente de seus papeis anteriores para sua Paige, porém faltou a personagem sair mais para jogo e não ficar tão em segundo plano, pois o filme pedia um algo a mais dela, e não aconteceu. Ainda tivemos alguns bons atos com Jack Reynor com seu policial Toby meio que conflituoso demais e Dilone trabalhando até que bem sua Gina, mas ambos também ficando muito em segundo plano para que a estrela do filme ficasse só em Swank.

Visualmente diria que entregaram um longa simples demais, tendo muitas cenas no mundo obscuro das drogas, com casas abandonadas, trilhos de trem meio que escuros demais, e até mesmo a casa da protagonista não é tão iluminada quanto poderia para detalhar mais, de modo que vemos os elementos familiares meio que em segundo plano, tendo alguns atos na redação do jornal que a protagonista trabalha, mas nada que ficasse em destaque, ainda tivemos uma reunião de viciados em bebidas e drogas, e um centro de troca de seringas (algo que não sabia da existência), ou seja, tudo colocado no modo básico, mas bem feito.

Enfim, é um filme interessante, que tem uma boa pegada, e uma história com boas reviravoltas, mas como disse, deveria ter ocorrido ela antes para que o segundo ato e os atos finais tivessem mais desenvolvimento, pois acabou ficando uma trama mais de luto do que de busca realmente, e isso faria uma tremenda diferença, mas ainda assim é algo que tem pegada e vale a conferida quando estrear oficialmente nos cinemas, então fica a dica, e eu fico por aqui agradecendo o pessoal da A2 Filmes pela cabine, então abraços e até logo mais.


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