O longa nos conta uma história misteriosa que se passa na década de 1960, onde sete desconhecidos - cada qual com seus próprios segredos - se conhecem por uma simples obra do acaso no Hotel El Royale, um local degradado perto de Lake Tahoe, na Califórnia. Ao longo de toda uma noite, alianças são feitas, segredos são revelados e um por um, os até então estranhos mostram suas verdadeiras personalidades. Cada um deles precisará encontrar redenção durante esta noite...antes que tudo vá para o inferno.
Diria que o diretor e roteirista Drew Goddard soube segurar bem sua trama com um desenvolvimento rápido e seguro, pois mesmo o longa sendo longo e fragmentado com ares novelescos, ele não chega a cansar e não incomoda com as quebras, de tal forma que tudo aparenta um bom propósito e traz segurança na ideia toda. Claro que com uma outra montagem ficaria mais cinematográfico e com uma pegada menos parecida com uma série, mas não impactaria tanto como dessa forma que foi entregue. Ou seja, o filme tem todo um estilo amplo que dependeu bastante da entrega dos protagonistas, mas como o elenco teve boa percepção do espaço e criou cada momento seu como algo para ficar marcante, acabamos entrando no clima que o diretor desejava, e o resultado funciona, só acredito que poderia ser mais desenvolvido para não entregar tão fácil quem vai sobreviver no final, pois aí a trama impactaria ainda mais.
Quanto das atuações é bem fácil dizer que todos dominaram o longa com seus personagens, pois qualquer erro de percurso faria com que o longa ficasse extremamente cansativo, e Jeff Bridges trouxe uma personalidade forte, porém com densidade bem colocada para seu Padre Flynn, não fazendo tanta arruaça quanto costuma entregar em seus personagens, o que acabou dando um tom bacana para o papel. Cynthia Erivo cantou muito com sua Darlene, e fez trejeitos bem dimensionados de desconfiança para com todos os homens da produção, sendo bem coerente com o que o papel pedia. Até Dakota Johnson entregou olhares e interações bem dramatizadas para sua Emily, chamando a responsabilidade para si em muitos atos. Chris Hemsworth brincou com seu Billy Lee, dançando e fazendo imposições marcantes com muito sarcasmo bem encaixado para chamar atenção em todas as suas cenas. Jon Hamm trabalhou seu Laramie falante demais, de modo que chega a incomodar no começo, mas depois que vemos os motivos acabamos concordando com sua interação. Lewis Pullman trabalhou seu Miles com sinceridade no olhar e muita dinâmica expressiva, de tal forma que sua história do passado é a melhor, e faz jus ao seu desespero por perdão do padre. E por fim a jovem Cailee Spaeny se divertiu ao máximo com sua Rose, se jogando no lustre, tocando música e o terror com fogo, sendo simples, porém bem encaixada nos atos que participou.
Visualmente a trama foi até bem além do esperado, pois mesmo o hotel sendo um lugar com muitos ambientes, tendo vários quartos diferentes, tendo toda a ideia de estar em dois estados do país dividido por uma linha bem separada, um hall luxuoso, porém bagunçado, e tudo com moedas em máquinas bem moderno para época que se passa o longa, mas além disso foi mostrado um pouco da vida de cada um, mostrando roubos, cultos, ensaios, guerras, e até centrais de espionagem aonde tudo foi bem detalhado com passagens marcantes ao ponto que mostra que a equipe de arte gastou bastante do orçamento do longa.
Enfim, é um filme que certamente no cinema deve ter impactado mais por ter uma ambientação grandiosa, mas que funciona também na telinha, sendo bem bacana de conferir, mesmo que volte a afirmar que ao conferir fica bem fácil acertar o resultado final. Fica a dica então para quem não viu ele ainda, já que estreou há muito tempo na plataforma (eu achei ele apenas agora), pois é bem bacana e vale a recomendação, e eu fico por aqui hoje, então abraços e até breve com mais dicas.
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