13 Sentimentos

6/06/2024 12:59:00 AM |

Que "Hoje Eu Quero Voltar Sozinho" foi um fenômeno de bilheteria todo mundo sabe, e com isso é claro que o diretor Daniel Ribeiro acabou pegando uma fama imensa e todos já estavam esperando muito seu próximo lançamento. Porém se lá em 2014 ele foi mais sutil com sua trama, fazendo situações que não só o público homossexual curtisse o longa, agora aqui já foi para um caminho mais direto que muitos nem chegarão perto, mas ainda assim se você não tiver problemas com isso é bem bacana de curtir, e o mais engraçado é que consegui enxergar muitos amigos gays (e alguns até heteros) que tem essa mania de roteirizar e romancear seus relacionamentos no estilo de filmes e séries, ao ponto de se apegar e mudar toda a vida em cima das paranoias que criam, ou seja, é uma trama divertida pela essência do protagonista, e que quem conhecer pessoas assim também irão se identificar. Claro que na trama, enxergamos um pouco da história do diretor, pois tem muitos detalhes que casualmente dão dicas dessa síntese, e assim talvez a experiência para alguns vai ser bem diferente do que para outros, então diria que é um longa mais íntimo e próprio para um público mais específico do que o seu longa de estreia, que talvez impacte um pouco mais numa bilheteria mais reclusa, mas ainda assim quem for público-alvo da trama irá gostar bastante.

O longa vai contar sobre como o cineasta João enfrenta o desafio de encerrar um relacionamento de uma década com seu ex-namorado, Hugo, descrevendo-o como o final perfeito de um grande filme. Embora tenham permanecido amigos próximos após a separação, João se vê diante de um turbilhão emocional ao tentar voltar ao cenário do namoro. Ao embarcar na busca por um novo amor, João conhece Vitor, por quem se apaixona instantaneamente. Movido pela visão romântica que ele tem da vida e dos relacionamentos, João tenta moldar sua história de amor com Vitor como se estivesse construindo um filme. No entanto, ele rapidamente percebe que a realidade não pode ser controlada como um roteiro de cinema, e que os desafios do amor verdadeiro transcendem qualquer narrativa de contos de fadas.

Talvez tenha ido conferir o longa com algo que sempre falo para não criarem, que é alta expectativa, pois o diretor e roteirista Daniel Ribeiro foi tão bem em sua estreia nas telonas, que esperava um clima mais íntimo e bem trabalhado na tela, e não um formato meio que de filme inicial de aluno de faculdade de cinema, que não é ruim, mas ficou muitas esquetes meio que soltas, relacionamentos e desenvolturas sem grande afinco, fora diálogos mais curtos, que acabam não dando uma fluidez, como se fosse um bate-papo introspectivo mesmo do diretor mostrando sua vida pós-separação. Claro, ainda assim não recaiu para o estilo novelesco, não forçou a barra com atos jogados, tendo sim uma linearidade bem colocada como se fosse montando o seu filme na tela, mas dava para ser algo mais emocional e menos de pegação como acabou ficando no final da trama. Em breve deve sair seu próximo longa que fechará a trilogia de sua vida, mas espero ver mais do primeiro longa do que desse na tela, pois faltou aquela atitude que teve lá.

Quanto das atuações aí a conversa já é outra, pois Artur Volpi se entregou por completo em sua estreia nas telonas com um João meio tímido, porém bem disposto à tudo que a trama pedia, conseguindo trabalhar as nuances na tela, fazer bons traquejos com o roteiro, e mesmo não sendo tão descontraído trazer um carisma para seu personagem, de modo a realmente protagonizar a trama como deveria, agradando bastante. A dupla de amigos do protagonista vividos por Marcos Oli e Juliana Gerais dão boas quebras e desenvolturas para as conversas descoladas e cheias de sacadas, de modo que a descontração acaba sendo gostosa de ver, mas que foge um pouco do estilo de cinema que o longa poderia melhor encaixar. Quanto aos demais, cada um teve uma participação especial na vida do protagonista, tendo claro o destaque para Michel Joelsas com seu Vitor também bem cara de par perfeito, entregando bons trejeitos para os devidos atos que está junto de João.

Visualmente o longa brinca com o mundo moderno atual de apartamentos pequenos, um computador para as edições de gravações e trabalhos, um celular com muitos aplicativos de relacionamento, o apartamento mais luxuoso do casal que está querendo entrar para uma plataforma mais quente, uma cafeteria aonde o rapaz cura seu vício, algumas festas e um cinema, além de outras gravações de vídeos quentes espalhados, ou seja, o básico bem feito sem erro pela equipe de arte.

Enfim, é um bom filme, que talvez até pudesse ter ido mais além, mas o diretor quis fazer algo bem descontraído que passasse bem como foi sua vida após a separação de um longo namoro, e na tela isso faz sentido talvez até mais como uma série de episódios pequenos para um público mais jovem, mas que como cinema acabou não impactando tanto quanto o longa anterior dele, e isso vai pesar bastante nas opiniões, afinal a maioria irá ao cinema esperando outro longa semelhante, e não irá ver. Então deixo como uma recomendação clara para o público homossexual ir conferir nos cinemas a partir do dia 13/06, pois muitos irão se ver na tela, mas como falei, vá sem esperar muito, senão a chance de não se apegar é alta. Fico por aqui hoje agradecendo o pessoal da Vitrine Filmes e da Sinny Assessoria pela cabine de imprensa, e volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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