A sinopse nos conta que em 1940, duas crianças do povo indígena Krahô encontram na escuridão da floresta um boi perigosamente perto da sua aldeia. Era o prenúncio de um violento massacre, perpetrado pelos fazendeiros da região. Em 1969, durante a Ditadura Militar, o Estado Brasileiro incita muitos dos sobreviventes a integrarem uma unidade militar. Hoje, diante de velhas e novas ameaças, os Krahô seguem caminhando sobre sua terra sangrada, reinventando diariamente as infinitas formas de resistência.
Outro ponto bem marcante da trama que você vê ao final com os créditos é que a equipe do longa foi bem enxuta, de forma que os diretores Renée Nader Messora e João Salaviza usaram os próprios integrantes da tribo para desenvolver o roteiro, filmagens e tudo mais junto deles, criando algo mais amplo do que apenas um filme aonde os membros apenas se representariam e a equipe do longa ficaria distante filmando e fazendo as devidas perguntas e sugestões de encenação, de tal forma que o resultado visto na tela acaba sendo quase algo feito pelos Krahô para os Krahô do presente e do futuro, aonde nós acabamos conhecendo um pouco mais dos seus costumes, da sua vida misturada com os brancos (ou cupê como chamam) que roubam animais para vender, entram sem permissões e claro por viverem muito próximos das cidades até influenciam em suas vidas. Ou seja, é um filme amplo de ideias que reflete bem toda a estrutura da época, e aponta o dedo na cara dos governantes para que olhem com um maior carinho para a tribo.
Não vou entrar no mérito das atuações, afinal como disse a pegada é até mais documental, então todos estão interpretando eles mesmos em suas vidas casuais, com os problemas do dia a dia, e claro alguns diálogos improvisados, mas o foco total ficou com Ilda Patpro Krahô e Francisco Hyjnõ Krahô, aonde desenvolvem tudo e vão se soltando com cada membro da família e da tribo.
Enfim, é uma trama diferente do que já vimos usualmente nos cinemas, pois não é uma ficção e também não é um documentário tradicional, ao ponto que a vivência na tela acaba sendo bela pela simples execução em si, valendo o debate sobre as terras sendo invadidas, e a vida das tribos sendo influenciadas por pessoas de fora delas, e assim sendo acaba sendo algo que vale a conferida, pois tem pegada, tem um visual bonito e marcante, e não força a barra para que você se convença do que desejam mostrar. Claro que dava para escolher algum dos dois vértices para pontuar melhor, mas não seria original como foi, e assim sendo deixo minha indicação para que quem puder confira ao estrar nos cinemas a partir do dia 04/07, e fico por aqui hoje agradecendo o pessoal da Embaúba Filmes pela cabine de imprensa, então abraços e até logo mais.
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