Amazon Prime Video - Estrondo Na Escuridão (Rumble Through The Dark)

6/27/2024 12:53:00 AM |

Não sou o tipo que curte longas de luta, mas hoje achei interessante a tela do longa "Estrondo Na Escuridão", que entrou em cartaz na Amazon Prime Video por esses dias, e o que posso adiantar para quem curte o estilo é que o ato final reserva uma tremenda luta bem intensa e com muito sangue para todos os lados, porém para chegar até ela, você terá de ver algumas circunstâncias levemente de cartas marcadas, daquelas que você apenas ri do que acaba acontecendo, pois o diretor acaba achando que somos bobos de acreditar que alguém acharia um pacote recheadíssimo de dinheiro, e ficaria andando com ele para lá e para cá, ainda mais imaginando que outra pessoa estaria bem de olho nela, ou seja, se abstrairmos essa ideia, até que o filme tem uma pegada interessante, e acaba funcionando como um bom passatempo, principalmente nos atos finais, mas ainda assim dava para o diretor ter trabalhado melhor a ideia para que o filme fosse mais além.

O longa é um suspense ambientado na sombria paisagem do delta de Mississippi, onde um lutador de boxe sem luvas, maltratado e com os nós dos dedos nus, parte em busca da sua redenção e do prêmio pessoal final, como uma procura de pagar as suas dívidas em uma tentativa final e desesperada de salvar a casa da família de sua mãe adotiva que está morrendo.

Diria que os diretores Graham e Parker Phillips usaram bem o livro "The Fighter" de Michael Farris Smith para desenvolver a história, pois em diversos momentos você sente bem a presença literária que costumo falar como vendo uma página sendo virada na tela, porém o floreio de entrega na mente dos diretores acabou sendo bem singelo, ao ponto que o filme tem seu ar denso, mostra bem a cabeça atormentada de um lutador que já apanhou muito, vendo que seu fim está próximo, mas que não tentam criar diálogos ou envolvimentos mais trabalhados na tela, sendo tudo muito rápido e direto, o que para alguns acaba sendo bacana, mas de um modo geral não vai muito além, mostrando algo que pecou por não explorar mais o público.

Quanto das atuações, Aaron Eckhart é daqueles que se esforçam para entregar muita personalidade na tela, e seu Jack é daqueles lutadores que enfrentam o que vier pela frente, estando completamente endividado, e o mais engraçado é ver sua lista de dívidas num papel meio que jogado para ir riscando, e seu dublê provavelmente sofreu bastante, pois as cenas de lutas são intensas e bem fortes, ao ponto de você até sentir a dor das porradas, ou seja, ele se entregou bastante nos traquejos, e ao menos chamou a atenção para si. A personagem de Bella Thorne precisava ser melhor desenvolvida para que sua Annette não fosse apenas jogada na tela, pois seus atos acabam sempre mornos de expressão e com pouca entrega na tela, mas com bem pouco uso do roteiro mesmo conseguiriam dar para ela algumas nuances mais fortes, pois nos atos finais acabou funcionando muito a química e a emoção dela para com o protagonista. Agora quem raspou a trave de roubar o protagonismo na tela foi Marianne Jean-Baptiste com sua Mãezona no melhor estilo de poderosa chefona do crime e dos pecadores da cidade, marcando homens como gado, organizando lutas até a morte, e trabalhando seus diálogos com muita intensidade junto de olhares fortes e marcantes, ou seja, deu show na tela no pouco que apareceu. Já os demais, foram meros enfeites e conexões com os protagonistas, valendo destacar alguns atos de Amanda Saunders como Maryann nos pensamentos do protagonista, e Derek Russo pela truculência nos atos de luta da cena final.

Visualmente a trama foi bem densa, mostrando ringues de luta clandestina, uma grandiosa casa abandonada, uma casa de repouso bem simples, um parque/circo itinerante sem grandes chamarizes, e o ambiente completo da mafiosa que mesmo sendo sujo tem sacadas de luxo e todo um ambiente cheio de pessoas diferentes demais, além de um milharal, um posto e um cassino para completar os atos iniciais, mostrando que a equipe de arte tentou trabalhar alguns símbolos dos locais, junto claro da memória do protagonista mais jovem com sua mãe adotiva.

Enfim, é um filme simples, que funciona como um bom passatempo, e que entrega tudo nos atos finais, mas que no miolo força bastante a amizade com algumas cenas completamente impossíveis de acontecer, e isso pesa bastante na credibilidade do roteiro, então fica a dica para quem não liga para esses abusos da nossa mente, e claro para quem curte pancadaria na tela. E é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.


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