A sinopse nos conta que em um remoto vilarejo irlandês, Finbar é forçado a lutar pela redenção após uma vida inteira de pecados, mas que preço ele está disposto a pagar? Na terra de santos e pecadores, alguns pecados não podem ser enterrados.
O diretor Robert Lorenz pode dizer que gosta de trabalhar com lendas, pois iniciou com Clint Eastwood em 2012, ficou anos apenas produzindo, voltando a dirigir em 2021 com Liam Neeson e agora retorna com o ator de ação como protagonista, e o mais interessante de ver em seus longas é que ele gosta dessa pegada meio faroeste, em comunidades afastadas dos grandes centros, com nuances quase rurais, mas aonde vivem homens e mulheres problemáticos, e isso pode ser considerado um estilo bem próprio que funciona na tela, porém aqui como tem meados do caos que terroristas causaram na Irlanda, ele poderia ter dado uma dinâmica um pouco mais acelerada, para que tudo fluísse melhor, e tivesse uma densidade mais própria dos longas do protagonista.
E falando das atuações, diria que Liam Neeson entrou num modo automático já faz algum tempo, de forma que todos os seus personagens sempre tem traquejos e sínteses que já sabemos bem como irá se movimentar dentro da trama, e aqui seu Finbar tem o ar de brucutu do campo que costuma fazer bem, defendendo claro todos os amigos e vizinhos, mas sem fluir muito na tela, sem sair correndo por aí afora, e claro dando bons tiros, de modo que traz para si o longa, mas sem forçar a barra como costuma fazer. Kerry Condon trabalhou sua Doireann bem cheia de imponência e intensidade, mostrando que muitas mulheres do IRA eram até mais duronas que muitos homens, e sabendo se defender bem botou banca na tela e agradou. Quanto aos demais, cada um dos personagens procurou se desenvolver bem na tela, tendo Ciarán Hinds o traquejo tradicional dos policiais do interior, sem muita atitude para fazer acontecer, Desmont Eastwood trabalhando um Curtis com traquejos de abusador, mas ficando muito em segundo plano para não precisarem usar ele, e assim acaba que o destaque fica mesmo para Jack Gleeson com seu Kevin cheio de sacadas e desenvolturas, que merecia mais momentos na trama, mas como sobreporia o protagonista, fez bem sem dominar o ambiente.
Visualmente a vila é remota ao extremo, com casas bem espalhadas e solitárias, muitas armas fortes, bombas, um tradicional bar aonde toda a cidade se reúne, um campeonato esportivo meio ao longe, carros de época bem bacanas de ver, e claro a floresta de corpos que o protagonista cria com seus crimes, sendo quase um ambientalista com a quantidade de árvores ao redor mostrado. Ou seja, a equipe de arte criou o básico para retratar os anos 70 na Irlanda, mas sem grandes gastos, de forma que ficou simples, porém eficiente de ver.
Enfim, é daqueles longas que quem gosta do ator vai curtir sua pegada tradicional, e quem gosta de faroeste até vai se sentir representado com o que verá na tela, mas quem for dar play esperando um algo a mais acabará um pouco decepcionado, pois o filme não entrega nada além do comum, e assim sendo recomendo ele com algumas ressalvas que já falei acima. E é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.
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