Amazon Prime Video - O Royal Hotel (The Royal Hotel)

6/11/2024 10:24:00 PM |

Se na proposta do último filme da diretora Kitty Green, "A Assistente", ela foi bem de ideias, mas não conseguiu passar a mensagem para pessoas fora do meio audiovisual, em seu novo longa "O Royal Hotel", que pode ser conferido também na Amazon Prime Video (assim como o anterior), ela demonstra que tem boas ideias, mas não sabe como finalizá-las ou entregá-las de uma forma coerente para que o público se conecte com elas e sinta algo a mais pelo que viu, pois aqui temos duas jovens mochileiras que ao acabar a grana vão para o Outback australiano, e vivendo em um bar rústico cheio de mineradores da redondeza acabam surtando e só, tendo um fechamento explosivo, aonde ocorre bem o clímax da trama, mas não desenvolve ele, ou seja, é um filme de 91 minutos que talvez com 120 acabaria melhor, ou ao menos desenvolveria tudo, mas não, a diretora simplesmente acaba e uhu, seja feliz. Claro que dá para tirar algumas lições e motes de tudo, mas é quase como se alguém lhe perguntasse se você gosta de cinema, você responde "sim, adoro", e a pessoa retruca "ok!", e vai embora, pois esse foi o sentimento que tive com o fechamento da trama.

A sinopse nos conta que as mochileiras canadenses Hanna e Liv aceitam um emprego no remoto pub australiano Royal Hotel para ganhar um dinheiro extra depois de ficarem sem dinheiro durante a viagem. Quando o comportamento dos habitantes locais começa a ultrapassar os limites, as meninas ficam presas em uma situação que rapidamente foge de seu controle.

Claro que comecei o texto reclamando do que a diretora e roteirista Kitty Green fez, mas também tenho de relevar que conseguiu extrair as ideias de um documentário original sobre os bares do Outback australiano, ou seja, meio como se alguém fizesse um tour pelos bares do interior do interior do nosso país e você colocasse duas garotas bonitas no meio de brucutus para trabalhar lá servindo bebida para eles, já sabendo bem para que rumos a trama rumaria, mas dava para desenvolver um pouco mais todo o sentimento de medo da protagonista, de aventura da amiga, de saber talvez um pouco mais como eram suas vidas no Canadá, e muito mais para que o recheio fosse melhor elaborado e influenciasse na finalização explosiva, que até é bem coerente, porém ficou faltando ou alongar mais o final para que as coisas se fechassem de uma forma melhor, ou como disse dar propriedade para os sentimentos delas, pois apenas encerrar ficou parecendo muito algo que acontecia bastante no passado, e não mais atualmente do diretor de fotografia chegar no ouvido do diretor e falar: "só tem mais um rolo de película, então resume aí para acabar!", e você inventava qualquer besteira e pronto, que foi o que rolou aqui.

Quanto das atuações, diria que Julia Garner conseguiu passar bem trejeitos de medo do assédio, e uma certa preocupação com tudo o que estava rolando ali no local com sua Hanna, de modo que convence bem com olhares e imposições. Já Jessica Henwick fez de sua Liv uma personagem mais solta, e que bebendo muito fica ainda mais jogada para tudo, de modo que convence com a entrega, mas também passa no semblante a inocência para com o mundo. Ainda tivemos Ursula Yovich entregando uma Carol bem densa, cheia de imposições, Hugo Weaving bem incisivo na entrega de seu Billy muito bêbado, Tobby Wallace fazendo claro o bom camarada para tentar um algo a mais com seu Matty, e James Frecheville bem centrado com seu Espeto, mas claro o destaque entre os secundários ficou para Daniel Henshall com seu Dolly de olhares firmes que chegam a dar medo mesmo como a protagonista sente na tela.

Visualmente o ambiente árido do Outback australiano deu um bom clima para a trama, ressecando até os sentimentos dos personagens, tendo um oásis bem colocado aonde os protagonistas vão para se refrescar, e claro toda a base dentro de um bar (ainda estou tentando entender o nome de hotel, já que nem quartos direito tem para as garotas), com muitas bebidas simbólicas, uma registradora bem rústica das antigas, cobras dentro de garrafas e tudo mais para simbolizar bem um ambiente quase que jogado da trama, de modo que funcionou sendo bem representativo.

Enfim, é um filme seco que prende bem o espectador, mas que finaliza tão rápido que nem dá tempo de desenvolver algo a mais, ou melhor até temos um bom desenvolvimento cênico, mas não causa algo a mais com o final escolhido, e isso acaba sendo um desapontamento bem grandioso para com o resultado da trama, de modo que até vale uma recomendação desde que se não espere nada dele. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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