terça-feira, 25 de junho de 2024

Aquela Sensação Que o Tempo de Fazer Algo Passou (The Feeling That the Time for Doing Something Has Passed)

Na maioria das vezes que acabo de conferir qualquer filme já engato uma escrita direta com tudo o que achei do longa para não esquecer e também não esfriar meu sentimento por ele, porém algumas tramas mais estranhas acabam entrando num processo de maturação na minha cabeça por um tempo para tentar pensar como posso falar o que senti por ele, pois muitas dessas vezes acabo sem saber o que realmente senti ao ver. E hoje demorei bastante para começar a digitar qualquer coisa do longa "Aquela Sensação Que o Tempo de Fazer Algo Passou", pois a sinopse em si é simples demais, as cenas são densas, porém sem grandes atos marcados, e o contexto inteiro da trama apenas me fez pensar em quão triste era a vida da moça protagonista para se sujeitar ao que faz, pois chega a ser depressiva toda a duração da trama e essa forma apática é transmitida para a trama, mas nem temos como reclamar da atriz que faz isso na tela, afinal é a própria diretora, ou seja, é um filme com uma proposta de mostrar uma jovem que já não tem mais planos futuros e gosta de ser submissa ao ponto de não gostar do normal e bom, e assim sendo funciona, mas que mesmo tendo apenas 87 minutos parecem uma eternidade na tela.

A sinopse nos conta que Ann enfrenta a estagnação em um relacionamento casual de BDSM, um emprego medíocre e uma família judaica conflituosa. Em meio à alienação crescente, ela luta para encontrar seu caminho nesta comédia autodepreciativa.

Confesso que no meio do longa eu já estava totalmente revoltado com a diretora Joanna Arnow com o que ela estava fazendo com a protagonista para entregar algo tão deprimente de olhares e sensações, mas depois que cheguei nos créditos e vi que era a própria diretora atuando, fiquei com dó dela se auto usar para isso, pois é completamente correto a entrega na tela para com a proposta, afinal depois de anos de relacionamentos de submissão BDSM, quando a pessoa tem um romance "normal" e casual não consegue entrar de cabeça naquilo, e a vida da personagem já é depressiva por si só, não tendo ânimo para nada, e até no serviço e na família ela sabota o que é normal e bom, ou seja, para a proposta de seu filme, a diretora acertou em cheio, fazendo algo brilhante e totalmente bem representado. Porém, não é algo que seja digesto para a maioria do público, sendo realmente um filme totalmente feito apenas para festivais, ou seja, chega a ser até difícil indicar ele para qualquer pessoa que queira ver ele comercialmente, pois a maioria vai odiar o que verá na tela, e corre o risco de quem indicou ser linchado, mas sabendo exatamente quem é o público-alvo que são pessoas que amam filmes alternativos de festivais, é perfeito.

Já que falei que a diretora Joanna Arnow também é a protagonista Ann, posso dizer que ao menos ela não precisou pedir que nenhuma outra atriz fizesse as diversas cenas nua e fazendo outras coisinhas tradicionais do tema, mas o principal ponto de se jogar como protagonista acredito que tenha sido fazer exatamente a expressão de desânimo geral com tudo, não desejando fazer nada além do que lhe mandam fazer, e de forma mínima para não ganhar o máximo, e isso ela entregou muito bem em todos seus atos com um nível de depressão perfeito. Babak Tafti trabalhou bem seu Chris, de um modo fofo e normal até demais para a protagonista, de tal forma que não vemos futuro na relação deles, e isso é pesado na tela. Enquanto isso do outro lado, Scott Cohen entregou para seu Allen todo o exagero clássico do BDSM, fazendo trejeitos intensos e outros com o mesmo desprezo e desânimo para com a protagonista, não chamando atenção, mas também não ficando em segundo plano. Quanto aos demais, a maioria entregou atos mais de participação, sem grandes chamarizes que valesse destacar.

Visualmente a trama oscila entre o pequeno apartamento da protagonista, a casa dos pais dela, as casas dos vários homens que visita, seu emprego bem entediante também com entrevistas e reuniões presenciais e online, o apartamento de Chris e muitas passadas pelo metrô, não tendo grandes atos críticos que talvez chocasse o público pela temática, mas usando a sexualidade de um modo simples e bem colocado.

Enfim, é um filme que funciona dentro da proposta, mostra bem o estilo da protagonista e se encaixa completamente dentro do nome dele, porém como já disse no texto é feito apenas para amantes de festivais que verão o filme com o olhar exato que o longa tem, de modo que se entrar no eixo comercial não vai funcionar, então deixo a recomendação para os amigos amantes de longas de festival conferirem, pois esses saberão olhar e entender o que a trama passa exatamente. E é isso pessoal, fico por aqui agradecendo os amigos da Synapse Distribuidora, e volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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