O longa nos conta que Gary Johnson é o assassino profissional mais procurado de Nova Orleans. No entanto, nem tudo é o que parece: para os seus clientes, Gary passa como um assassino de aluguel comum, mas, na verdade, ele trabalha para a polícia. Como parte do seu trabalho, ele investiga a vida daqueles que o contratam para eliminar outra pessoa. Gary sempre seguiu a risca o protocolo do seu trabalho, até um dia em que ele precisou ajudar uma mulher desesperada tentando fugir do seu marido abusivo e se viu encarnando uma das suas falsas personas apaixonando-se pela mulher e flertando com a possibilidade de se tornar de fato um criminoso.
Quem já assistiu qualquer filme do diretor e roteirista Richard Linklater sabe que ele é um dos poucos que procuram sempre fugir do básico, e que por mais básico e comum que algum longa seu pareça, você irá se surpreender com algo entrando por completo na ideia, e aqui usando como base um artigo de Skip Hollandsworth sobre a história do verdadeiro Gary Johnson que infelizmente não sobreviveu para ver sua história contada na tela (morreu em 2022 aos 75 anos) o diretor conseguiu juntar ideias de Jung, Freud, id, ego, superego, e tudo mais intrigante que a psicologia e filosofia moderna nos permite analisar, colocando em pauta um tema complexo de se estudar e por vezes que muitos nem iriam entender numa aula da faculdade, mas em um bom exemplar policial o resultado acaba superando bem toda a ideia, e funcionando como algo inteligente de ser visto.
Quanto das atuações, o mais bacana de tudo é que o ator Glen Powell colaborou também nos diálogos do roteiro, e assim acabou creditado também como roteirista, mostrando uma personalidade bem cheia de nuances para com seu Gary, de tal forma que num primeiro momento parece apenas um professor simples e fechado, que trabalha como um simples operador de áudio da polícia, mas quando se verte para assassino de encomendas, vai mudando trejeitos, e virando praticamente um ator completo cheio de personalidades, o que acaba envolvendo e funcionando bastante na tela, mostrando também que o ator que esse ano já está aparecendo em tantos filmes por aqui tem estilo e ainda pode surpreender bastante. Adria Arjona também entrou com tudo para que sua Madison tivesse personalidade em cena e não ficasse apenas em segundo plano, de forma que criou um bom envolvimento com o seu par, tendo química e agradando com trejeitos interessantes e bem encaixados (aliás todas as moças que fazem par com o ator conseguem ter boa química com ele, será que é ele?). Ainda tivemos bons atos com Austin Amelio fazendo um Jasper bem sagaz e cheio de inveja na entrega, criando atos bem diretos com os protagonistas e agradando com estilo, e Retta e Sanjay Rao mais secundários com seus Claudette e Phil, mas que divertem bem dentro da proposta.
Visualmente a trama brincou bastante com os disfarces do protagonista, sendo bem diferente para cada tipo de captura, o que acabou sendo bem engraçado de ver, tivemos algumas cenas na delegacia, muitas cenas em cafeterias, e claro muitos atos na faculdade aonde o protagonista lecionava, com aulas bem trabalhadas e cheias de nuances, além de atos na casa da protagonista e alguns em bares e boates nas saídas dos dois, de modo que a equipe não forçou a barra para que o filme se prendesse no ambiente, mas sim nas personificações, o que acaba sendo bem completo para o resultado da trama.
Enfim, sabia que não iria me decepcionar com o filme, porém não achava que gostaria tanto dele, pois alguns filmes do Linklater costumam me irritar mais do que agradar, então posso dizer que com esse ele me ganhou bastante, e claro que vou recomendar para muita gente, porém como falei no começo quem for esperando ver uma comédia básica policial vai se decepcionar um pouquinho, então vá preparado. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.
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