Atrevida: A Paixão Não Tem Regras (Непослушная) (Neposlushnaya) (Naughty)

6/15/2024 02:19:00 AM |

Bem vamos lá, quem der uma leve caçada nos meus textos verá que tirando "50 Tons de Cinza" e suas sequências, praticamente fugi de quase todos os longas exageradamente eróticos, conferindo alguns por mera questão de ter aparecido no cinema, e pulando todos os demais que apenas saíram nos streamings, e qual o motivo disso? Simplesmente por achar que não tentam fazer cinema, ou melhor, uma história que convença sem ser apenas sexo e algumas interações dialogadas bem ruins. Mas mesmo sabendo que a pauta de "Atrevida: A Paixão Não Tem Regras" seria em cima dessa temática, resolvi dar uma chance para ele, mesmo a distribuidora querendo me expulsar mandando o filme apenas dublado para todas as sessões, mas como sou teimoso, eis que fui, e agora venho trazer minhas impressões sobre o longa russo. A primeira vou ainda brigar com a dublagem, afinal se os nomes russos já são difíceis de falar, os sobrenomes então é algo que quebra qualquer dublador, e aqui em diversos atos chega a dar dó dos coitados tendo de falar nomes que são quase um xingamento. A segunda impressão é que o longa copiou e muito o filme americano, tendo cenas que você olha e fala mentalmente que já viu aquilo acontecendo quase que da mesma forma. E a terceira é que mesmo sendo uma cópia quase do longa americano, aqui a trama brinca com a temática ecológica, e a síntese em si não fica quase toda em cima do sexo, tendo sim algumas cenas bem tórridas, mas na maior parte acaba sendo um romance bobo entre dois jovens que estão se confrontando, tendo seus gostos mistos entre diferenças e combinações bem alocadas. Ou seja, é um filme que não chega a ser nem perto de algo ruim, mas que tem tantas falhas jogadas que acaba passando muito longe de ser algo bom, então nesse meio do caminho diria que dá para recomendar, mas com muitas ressalvas.

O longa acompanha a jovem Elsa, de vinte anos, que estuda para se tornar ecologista. Um dia, Mateus, presidente de uma grande construtora, vai à universidade de Elsa para falar sobre um projeto para construir um empreendimento em um antigo parque florestal. A garota confronta o plano de Mateus, que fica impressionado pela confiança de Elsa e, para seguir com seu projeto, tenta suborná-la. Porém, ela não está disposta a vender sua integridade, mas acaba surpreendida por uma nova proposta do empresário: passar sete dias românticos seguindo as regras de Mateus.

Claro que o diretor e roteirista Dmitriy Suvorov vai falar que não copiou nem teve referências com o longa americano, porém como seu texto até usa o filme no trailer já fica bem clara sua inspiração, porém ele acabou abusando um pouco na ideia, afinal um cara bilionário não pararia uma construção só porque uma ecologista falou que suas partes eram pequenas, ou seja, falando do argumento em si, é algo que chega a ser risível, mas que acaba sendo meio que deixado de lado depois que tudo começa, e aí diria que com um bom orçamento o diretor conseguiu ir bem além e fazer com que o romancezinho funcionasse para as garotas sonhadoras por um homem rico que ousasse com ela. Ou seja, é um filme com uma produção grandiosa, aonde uma história que é simples e boba ganha uma temática quente que se desenvolve bem na tela, mas que quem for ligar para a arte em si acabará querendo matar todo mundo na metade do filme.

Vou falar das atuações de um modo bem simbólico, afinal sou contra dublagem de filmes com pessoas (mas defendo com unhas e dentes muitas animações!), e claro que se eu falar das vozes e das coisas ditas é capaz de exorcizar o longa por completo aqui, mas confesso que preferi ver em português do que a dublagem em inglês que ficou tensa só de ver o trailer, então quem sabe um dia eu dê o play nele em russo e melhore a trama. Diria que para um longa apimentado, Anastasiya Reznik aparentou ser nova demais, não tendo uma pegada que parecesse com a personagem Elsa, de tal forma que até tem seu charme nas cenas sexuais, mas nos atos de sedução mesmo ficou bobinha demais. Já Alexander Petrov entregou um ar bem imponente para seu Mateus, claro nos atos normais (a cena dele bêbado no final com o pai é algo que se o ator ver como a dublagem destruiu ainda mais sua cena é capaz de processar o país inteiro!), pois em alguns momentos também entregou um estilo meio garoto riquinho pode fazer tudo que o dinheiro puder pagar, e assim faltou presença dele para mudar essa interação. Quanto aos demais, tentaram fazer os pais de ambos os lados serem interessantes na tela, mas não foram muito além, porém o garoto que tem uma leve paixonite por sua amiga da faculdade, esse o longa conseguiu humilhar demais ele, então é melhor nem citar seu nome.

Visualmente como já disse o orçamento foi bem recheado, então tivemos uma mansão toda de vidro, muitos elementos cênicos sexuais bem marcantes, que poderiam ter sido mais usados, outras casas bem trabalhadas, alguns quartos de universidade bem bagunçados, e claro um parque ecológico que foi visto pelos ares e num barquinho romântico, isso sem falar do carrão mostrado em detalhes de vários ângulos, ou seja, a equipe de arte tinha o dinheiro para queimar como quisesse.

Enfim, é um filme que poderia ser bem pior, pois apenas a ideia em si é meio que jogada, agora com certeza irão fazer alguma continuação para desenvolver mais rixas, então veremos como vai rolar, e a dica que eu dou é que quem for conferir não esperar nada demais, que aí acaba sendo razoável, e claro quem entender o motivo de ter a cena de sadomasoquismo após subir o nome do filme no final me diga, pois não entendi a ideia ali. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais. 


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